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Estudos da Embrapa

Embrapa Suínos e Aves vai pesquisar custos de produção da cadeia avícola de Santa Catarina, com apoio do Sincravesc e Acav.

Estudos da Embrapa

Uma inovação que pode mudar o relacionamento entre dois atores de uma das maiores cadeias produtivas do Brasil – a avicultura industrial catarinense. Os criadores de aves e as indústrias avícolas decidiram convocar a mediação técnica e científica do centro de pesquisas de Suínos e Aves da Embrapa para a apuração dos custos de produção do frango industrial de corte.
A medida foi anunciada ontem (9) pelo Comitê Paritário de Avicultura, um colegiado criado em 2007 que reúne representantes dos produtores rurais e das indústrias de abate de processamento de aves e tem a chancela das duas principais instituições do setor – Sindicato Patronal dos Criadores de Aves do Estado de Santa Catarina (Sincravesc) e a Associação Catarinense de Avicultura (Acav).

O presidente do Sincravesc, Valdemar Kovaleski, disse que os avicultores reconhecem a competência técnica e a isenção ética da Embrapa. Por isso, a ela delegaram a missão de apurar, calcular e definir os custos de produção à campo. Nessa mesma linha, o diretor executivo da Acav, Ricardo Gouveia, destacou que “a Embrapa pesquisa e acompanha a avicultura há mais de três décadas e tem metodologia para oferecer a mais correta aferição de custos”.
Reunido em Chapecó, o Comitê de Avicultura estabeleceu que a apuração dos custos de produção estará concluída até 30 de maio. Essa tarefa é considera de extrema importância porque influenciará o relacionamento de produção de pelo menos 6.000 criadores e 20 indústrias avícolas.
Serão estudados os dois principais sistemas – a produção convencional de frango e a produção automatizada. Nessa apuração entrarão custos diretos do avicultor, como instalações, equipamento, energia elétrica, água, mão de obra, apanhe de aves, etc. Os demais insumos – pintainhos, rações, vacinas, assistência técnica, etc – são fornecidos pelas indústrias.
A apuração dos custos pela Embrapa balizará as discussões sobre reajustamento da remuneração paga pelas agroindústrias aos criadores e outras questões sobre o desempenho da produção à campo.
“É uma decisão que demonstra o respeitoso e produtivo diálogo proporcionado pelo Comitê Paritário Criador/Indústria que discute a implementação de medidas destinadas a fortalecer o sistema de produção avícola industrial e elevar as condições de vida e trabalho dos avicultores catarinenses”, assinalou Ricardo Gouvêa.
O Comitê intermediou, neste mês, a concessão de reajustes aos criadores de frango da maior agroindústria do setor, mediante elevação de 5% a 11% no preço-base dos animais (frango, peru e peruzinhos). A empresa também assumiu a maior parcela do custo de carregamento das aves, que até então era dividido meio a meio entre a empresa e o parceiro integrado. A partir de 12 de abril, a empresa passou a assumir 75% do custo do apanhe de aves.