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Pesquisa

Fiesp lança estudo com projeções do agronegócio para 2022

Outlook Brasil deve servir como guia para planejamento futuro do setor.

Fiesp lança estudo com projeções do agronegócio para 2022

Pela importância que o agronegócio representa para a economia brasileira e para o mundo, onde cumpre o papel de um dos maiores fornecedores de alimentos, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com o Instituto de Estudos do Comércio e Negóciações Internacionais (Icone), elaborou as projeções para o agronegócio brasileiro na próxima década.

Outlook Brasil 2022 analisou 16 produtos agroindustriais – entre eles milho, soja, carnes e fertilizantes – e traçou projeções para o consumo doméstico, produção, exportação, importação, estoques, área plantada e consumo de fertilizantes. Impactos futuros desses segmentos na economia e infraestrutura de transporte do país também foram mensurados. Todos os resultados estão disponíveis no endereço www.fiesp.com.br/outlookbrasil.

“A Fiesp trabalha pelo desenvolvimento do Brasil e, neste sentido, sempre atuou para garantir a integração e o crescimento dos diversos setores da economia”, explica Paulo Skaf, presidente da Fiesp. “Nosso Departamento do Agronegócio nasceu dessa visão e da necessidade de formular e propor políticas que levem em conta a interdependência natural entre a atividade agropecuária e a indústria de insumos e alimentos. Assim, como resultado dessa iniciativa, idealizamos o Outlook que, com certeza, irá contribuir de forma muito positiva para o país, ao antecipar as ações necessárias para promover o crescimento e a geração de empregos e riquezas para o Brasil.”

Essa ação reflete três anos de trabalho do Departamento do Agronegócio (Deagro) da Fiesp e do Icone, em parceria com institutos de pesquisa internacionais, como o Center for Agricultural and Rural Development e o Food and Agricultural Policy Research Institute (Card/Fabri), da Universidade de Iowa/EUA (ISU), com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de outras instituições do setor.

Grãos e carnes

Destaque na balança comercial brasileira, a soja apresentará crescimento de 43% de suas exportações e a produção total atingirá a marca de 96,9 milhões de toneladas, puxada especialmente pelos ganhos de produtividade. Segundo o estudo da Fiesp, a região Centro-Oeste Cerrado consolidará sua posição de principal produtora, com 34% do total.

As projeções para os produtos da cesta básica, como o arroz e o feijão, por exemplo, são conservadoras. Mesmo com um tímido crescimento do consumo per capita, a produção projetada de arroz, que atingirá 14,1 milhões de toneladas em 2022, será insuficiente para atender o mercado interno. O fato resultará em um déficit comercial de 679 mil toneladas em 2022.

Já a produção de feijão deve aumentar 938 mil toneladas para atender a demanda doméstica, o que também será insuficiente para fazer frente ao consumo. Sendo assim, daqui a dez anos, o Brasil continuará sendo importador líquido de feijão, adquirindo no exterior um volume de 114 mil toneladas.

Em contrapartida, as exportações de carne de frango, bovina e suína apresentarão incrementos significativos. O Brasil continuará sendo um grande fornecedor para o mercado mundial, aumentando a sua participação como o maior exportador de carnes de frango e bovina, além de disputar o terceiro lugar em carne suína com o Canadá.

As exportações serão divididas da seguinte maneira: 5,9 milhões de toneladas de carne de frango, 2,7 milhões de toneladas de carne bovina e 700,2 mil toneladas de carne suína – um crescimento para o período projetado de 46%, 87% e 28% respectivamente. Estima-se que, em dez anos, a produção desses três produtos juntos atingirá a marca de 32,9 milhões de toneladas.

Fertilizantes

Para o setor de fertilizantes destaca-se a redução da dependência do Brasil em relação ao mercado internacional. Se atualmente o país importa 71% da sua necessidade de nutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio), em 2022 esse percentual cairá para 56%. O fato se deve à ampliação da capacidade de produção da indústria de fertilizantes, que crescerá 54% no período.

Logística

A importância da logística de transporte da produção futura foi alvo de análise. Para isso, o estudo projetou três diferentes cenários, com destaque para aquele que considera a inclusão da hidrovia Teles Pires Tapajós como alternativa ao escoamento da safra de grãos, principalmente no Centro-Oeste Cerrado. Nessas condições, o fluxo total de transportes em ferrovias e rodovias seria reduzido em 4% e o transporte por hidrovias dobraria em 2022 em comparação a 2010.

Impactos socioeconômicos e ambientais

O Outlook Brasil também analisou a dinâmica do uso da terra. Os dados apontaram substancial redução da necessidade de novas áreas para produção agropecuária, consequência dos ganhos de produtividade e da ampliação das lavouras sobre as pastagens, que cederão 5,4 milhões de hectares para a produção de grãos.

Em termos econômicos, o trabalho mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos setores analisados apresentará incremento de 42% na próxima década. Somente os produtos analisados responderão por 19% dos empregos, isto é, mais de 23 milhões de pessoas em atividade.

O Outlook Brasil 2022 ainda realizou projeções para o incremento de renda e computou dados regionais. O estudo completo com resultados detalhados pode ser encontrado no site www.fiesp.com.br/outlookbrasil.

Departamento do Agronegócio (Deagro)

O agronegócio brasileiro é considerado um dos mais dinâmicos do mundo e representa, aproximadamente, 22% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Para oferecer maior suporte às indústrias deste setor, a Fiesp criou, em janeiro de 2007, o Departamento do Agronegócio (Deagro).

Formado por divisões que representam os quatro principais elos do agronegócio – Indústrias de Insumos, Agropecuária, Indústria de Alimentos e Comércio Exterior -, o Deagro trabalha alinhado ao conceito de cadeias produtivas para proporcionar o máximo de integração entre as diversas áreas que compõem o setor.

Na Fiesp, o departamento representa trinta sindicatos e mais trinta entidades representativas nacionais e lida, constantemente, com questões como tributação na cadeira de alimentos, política agrícola, facilitação de comércio, sanidade e qualidade de alimentos e legislações ambientais.

Dentre as prioridades do Deagro, está a publicação de estudos estratégicos que ajudem a aumentar a competitividade dos diversos setores do complexo agroindustrial brasileiro, antecipando tendências e oferecendo informações de qualidade. Além deste Outlook Brasil 2022, o departamento já lançou estudos sobre as tendências do consumidor de alimentos, sobre o peso dos tributos nos alimentos no Brasil, entre outros.

As publicações na íntegra e outras informações sobre o departamento podem ser encontradas no site www.fiesp.com.br/agronegocio.