O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil deve colaborar para suprir a demanda mundial por alimentos, durante cerimônia comemorativa dos 37 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Segundo Lula, o conhecimento tecnológico da Embrapa deve ser repassado a países com clima tropical, semelhante ao do Brasil. Para o presidente, a garantia da segurança alimentar no futuro próximo será fundamental para que a humanidade viva em paz.
“Queremos contribuir em todos os países com potencial de agricultura tropical o conhecimento que a gente tem. Se a conta estiver correta, existe um bilhão de seres humanos passando fome todos os dias. Precisamos ter em conta que o alimento passa a ser uma coisa de valor extraordinário para que a humanidade não faça guerra e viva em paz”.
“Temos que trabalhar para garantir a segurança alimentar”. Lula disse ainda que o Brasil tem o dever moral de ajudar o continente africano a desenvolver tecnologias que possibilitem a produção de alimentos.
“É triste que os países que colonizaram os africanos não deixaram o conhecimento para que a África pudesse, nesse momento, do debate da falta de alimento, ser um grande produtor”, argumentou o presidente, acrescentando que “um país só será soberano quando ele for capaz de produzir seu próprio alimento”.
Lula ainda comentou a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que deu direito ao Brasil de retaliar produtos norte-americanos por conta do subsídio aos produtores de algodão daquele país. Para o presidente brasileiro, “apesar do medo de muita gente”, a possibilidade de o Brasil retaliar os Estados Unidos fez com que os norte-americanos sentassem à mesa para negociar com o Brasil.
“Esse é o papel que o Brasil tem que jogar para ajudar os pequenos países a chegar ao mesmo patamar tecnológico do Brasil”.
Durante a solenidade serão assinados convênios para a liberação dos recursos 2010 do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Embrapa para as Organizações Estaduais de Pesquisa agropecuária, acordo de cooperação técnica com o Ministério da Ciência e Tecnologia e protocolo de intenções com o Ministério da Pesca, além da oferta de minibibliotecas – composto por publicações e programas em vídeo, personalizado para atender as demandas locais por informação tecnológica.