Pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) fizeram um estudo e constaram que o Estado ainda tem uma pequena participação na produção de carne de frango em nível nacional. Isso porque o produto está em fase de expansão ainda embrionária.
São poucas indústrias consideradas de pequeno e médio porte. “Mesmo assim sua produção entre 2005 e 2007 aumentou 36,9%, enquanto a média nacional foi de 10,2%”, observam os pesquisadores.
Analisaram as relações contratuais e os arranjos organizacionais do Sistema Agroindustrial (SAG) do frango de corte no Tocantins, compreendendo quais as possibilidades e perspectivas futuras e estabelecendo um marco inicial para os estudos de caso na região.
De acordo com estudos realizados pelos profissionais da UFT, apenas duas empresas tocantinenses compõem a SAG avícola da região: Asa Norte Alimentos e Frango Norte, que respondem pela totalidade dos abates industriais. Esses grupos trabalham com o acordo informal, sobretudo em relação ao atendimento do mercado interno. Não é um sistema agroindustrial plenamente instalado.
A maioria dos incubatórios e granjas de engorda situa-se próximo às agroindústrias, mas no Tocantins é diferente; a maior parte do fornecimento de aves e pintinhos vem de outros estados,” o que encarece e dificulta o transporte da matéria-prima”.
“Outra questão negativa da agroindústria local é a subsistência da articulação favorável aos fornecedores, que impossibilita a formalização legal, ocasionando riscos à empresa como no transporte de aves e eventualidades nas condições da demanda”, explicam os pesquisadores. A quantidade de fornecedores de insumos é reduzida e não atende à demanda total da produção de aves, “tornando-as caras”, acrescentam.
Os pesquisadores admitem que existem obstáculos locais que tornam mais difícil a abertura de novas empresas na região. Isso porque o mercado consumidor é incipiente. A distância entre a agroindústria local e a maioria dos fornecedores de insumos é grande, o que reduz os ganhos de escala, avaliam.
Perspectivas
Depois de analisar toda essa situação e suas interfaces, os pesquisadores perceberam que a proximidade com o mercado ainda inexplorado das regiões próximas ao Tocantins, bem como os incentivos governamentais, favorece a permanência e ampliação da atividade avícola na região.
Mas, para isso, é preciso melhorar algumas coisas e sugerem: “A ampliação do número de pequenos fornecedores de frango para o abate e pintos para engorda localizados próximos à unidade processadora da indústria, redução dos custos de transação, fundamentalmente dos custos operacionais relacionados ao transporte e relacionados à obtenção e repasse de informação”.
Mercado
O frango tem conquistado lugar cativo na mesa de muitos brasileiros nos últimos 70 anos, o que fez com que a agroindústria de frango de corte se tornasse uma das mais importantes do agronegócio brasileiro; assumindo também posição de destaque no cenário internacional.
Contribuíram sobremaneira para estes avanços as inovações tecnológicas, a criação na esfera industrial, o melhoramento genético, além dos avanços na sanidade, a redução no custo das rações e as melhores condições de manejo e ambiência com equipamentos modernos.
Toda a produção de carne de frango brasileira antes era concentrada nas regiões Sul e Sudeste e depois foi se expandindo para o cerrado; Primeiro no Centro Oeste e depois nas regiões Norte e Nordeste. Isso tudo para ficar mais próximo das áreas fornecedoras de matéria-prima a baixo custo.