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Desenvolvimento

Geração solar deve crescer 60% este ano

Investimento previsto chega a R$ 22 bilhões, estima associação do setor

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O Brasil deve encerrar o ano com 12,5 gigawatts (GW) de potência operacional em geração de energia solar fotovoltaica, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), alta de 60% em relação a 2020. Até agora, o país já ultrapassou a marca de 10 GW de potência, com adição de 2,2 GW à matriz até meados de agosto.

As usinas de grande porte representam 3,5 GW de capacidade instalada, o equivalente a 1,92% da matriz energética do país. O segmento de geração
distribuída, que inclui pequenos e médios sistemas de painéis instalados em telhados, fachadas e terrenos somam 6,5 GW.

Considerando as duas modalidades, os investimentos previstos para este ano na geração de energia fotovoltaica são de R$ 22 bilhões, um valor recorde. Desde 2012, os investimentos em energia solar somam R$ 52,7 bilhões.

Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, disse que os investimentos acelerados têm por meta atender a demanda aquecida. “Com a crise hídrica, os brasileiros têm buscado alternativas para reduzir os gastos, e a energia solar aparece como uma opção econômica e que dá mais autonomia para o consumidor”, disse Sauaia.

Atualmente, dos 87,5 milhões de consumidores atendidos pelas distribuidoras de energia, 700 mil fazem uso da geração própria de energia solar, ou 0,8% do total. “Já

avançamos, mas ainda temos muito a avançar. Na Austrália, por exemplo, uma em cada cinco casas gera a própria energia”, comparou Sauaia.
De acordo com dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), o país em 2020 era o 16º em capacidade instalada de geração de energia solar no mundo. Com o aumento registrado neste ano, o país sobe para o 14ª lugar.

Esse ranking é liderado por China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Índia. No Brasil, a energia fotovoltaica é a quinta em capacidade instalada no país, respondendo por 1,92% da matriz energética, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ela fica atrás da energia hidrelétrica (57,76%), termelétrica (25,03%), eólica (10,6%) e pequenas centrais hidrelétricas (3,10%).

Mas, se forem considerados os empreendimentos em construção, a energia fotovoltaica responde por 19,07% dos projetos, perdendo para termelétricas (28,85%) e eólicas (38,91%). “Até 2050, a projeção dos analistas de mercado é que a energia solar será a fonte número um da matriz energética do Brasil, respondendo por 32%, ante 30% das hidrelétricas”, afirmou Sauaia.

Para os próximos anos, disse o executivo, a expansão dos investimentos em energia fotovoltaica vai depender de dois fatores: realização de novos leilões de compra de
energia renovável pelo governo federal e do marco regulatório para a geração própria de energia.

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou por 476 votos a 3 o projeto de lei 5.829/2019, que cria o marco legal da geração distribuída. O texto segue para aprovação no Senado. A expectativa da indústria é que o projeto seja aprovado neste ano.

Em relação aos leilões, a Absolar considera que o governo federal tem contratado pouca energia solar em relação a outras fontes, apesar de ter o menor preço. Os preços da energia solar nos últimos quatro leilões variaram entre R$ 67,48 e R$ 136,31 o megawatt-hora (MWh). A Aneel autorizou a compra de energia de termelétricas a preços que chegam a R$ 1,5 mil por MWh.

Sauaia disse que o governo trabalha com preços de referência de energia solar antigos. “O governo precisa atualizar seus modelos de cálculo. Hoje a energia solar é a fonte mais competitiva que o Brasil tem”, afirmou.