Do plantel de 38 milhões de suínos no Brasil, 21% estão no estado de Santa Catarina, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esses números comprovam a importância da atividade suinícola para o estado e a consequente necessidade de soluções sustentáveis para a criação. Um dos principais desafios é o tratamento dos dejetos de forma economicamente viável e ambientalmente correta.
O modelo suinícola praticado em Santa Catarina baseia-se no confinamento dos animais e na aplicação de tecnologias que possibilitem o melhor desempenho possível do rebanho. Apesar de um modelo técnico-econômico sustentável, existe o impacto negativo por conta da concentração da produção de dejetos líquidos nesta atividade.
Oferecer alternativas para que os criadores trabalhem de forma mais sustentável é o objetivo do Programa de Gestão da Água, desenvolvido pelo Departamento de Assistência Técnica da Seara Alimentos, de Seara (SC), por meio da equipe Melhoria Visão do Futuro.
O projeto constitui-se de um sistema de gerenciamento de consumo de água nas granjas de suínos, com o objetivo de reduzir em 10% o volume de água utilizado atualmente, minimizando, a produção de dejetos líquidos – 97% dos dejetos são constituídos de água. “Na primeira fase do projeto estamos implementando controles, manejos e equipamentos, como instalação e monitoramento de hidrômetros, substituição de bebedouros, regulagem de pressão, vazão e controle das equipes de lavação das instalações”, explica o coordenador do projeto, Nilson do Amaral.
O controle do consumo de água é monitorado a partir de visitas periódicas dos técnicos da Seara envolvidos no projeto. Os produtores realizam a coleta de dados diariamente, anotando consumo, temperatura, pressão e volume da água. “Nosso propósito é orientar o suinocultor sobre alternativas de manejo, visando à redução do desperdício de água e o uso de formas alternativas para auxiliar nessa postura”, ressalta o gerente de agropecuária suínos, Ricardo Nagae.
O projeto prevê também a construção de cisternas para captação e armazenagem da água das chuvas para reutilização dos animais e limpeza das instalações. “Reduzir os impactos ambientais das atividades e conservar os recursos naturais com o uso de tecnologias disponíveis são fatores fundamentais para a sustentabilidade na suinocultura”, destaca Amaral. Ele completa: “Nesse contexto, o programa de gestão da água é essencial”.
O programa irá abranger 770 propriedades. Na primeira fase, as ações estão sendo desenvolvidas em 12 propriedades e a implantação total deverá ser concluída em até um ano e meio.