Para realizar pesquisas sobre o biogás e tratar os dejetos de suínos e outros animais utilizados em ensaios de pesquisa, o Instituto de Zootecnia ((IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo adquiriu um kit gás, composto por biodigestor (com capacidade de 100 m³) e válvulas de segurança e alívio. A expectativa é que o biodigestor entre em funcionamento no início de 2010.
Segundo os pesquisadores Edilaine Regina Pereira, João José Assumpção de Abreu Demarchi e Fábio Enrique Lemos Budiño, o tratamento de efluentes é de suma importância para a instituição e para a cidade de Nova Odessa, onde está localizado. O grupo vai estudar e analisar o poder poluente deste resíduo e, ainda, como reduzir o odor deste material. Uma expectativa do grupo é de que a utilização do biodigestor resulte na produção de biogás natural. Este poderá produzir energia que será utilizada no setor de suínos, gerando, com isso, uma expressiva economia de energia para a instituição.
O Centro de Nutrição Animal e Pastagem, do IZ, está desenvolvendo novos planos de pesquisa para viabilizar o uso dos biodigestores em sistemas de produção da bovinocultura (leite e carne) na área reservada para pesquisas em confinamento destes animais.
Os pesquisadores explicam que, com estes estudos, o IZ busca uma produção animal sustentável. Para isso, é fundamental que a produção animal gere renda e divisas, empregos e qualidade de vida, mas também preservação dos recursos naturais.
Modelo chinês
De acordo com os pesquisadores, a tecnologia de biodigestores já tem pelo menos duas décadas no Brasil como alternativa de tratamento. No início, foram utilizados modelos provenientes da China e da Índia, mas o Brasil teve algumas dificuldades na sua implementação, fazendo com que esta tecnologia caísse em descrédito no meio rural.
Tecnicamente, para as condições climáticas da maior parte do Brasil, a menor capacidade de aproveitamento da produção de gás do modelo chinês é insignificante. Por isso, atualmente, os órgãos brasileiros de extensão rural optaram pelo modelo chinês devido às suas facilidades de construção e tecnologia mais simples.
A utilização do efluente como fertilizante no solo não afetará somente os agricultores, mas também os empreendimentos. Dentro dos conceitos do agronegócio e das leis de proteção ambiental, os efluentes devem ter forma de tratamento e disposição adequada, sob pena de inviabilizar a atividade pecuária empresarial, principalmente aquela baseada em sistemas confinados.
Na avaliação dos pesquisadores do IZ, a importância de viabilizar um sistema de tratamento dos resíduos, deve levar em consideração a capacidade de suporte de cada solo e, com isso, resguardar a integridade dos recursos naturais.