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Nutrição

Mandioca na alimentação de frangos de corte

Raiz pode ser utilizada sem restrições na nutrição dos animais, devido ao seu potencial energético. No entanto, segundo estudo da Embrapa, o milho não pode ser totalmente substituído.

Muitos alimentos alternativos são considerados na hora de substituir o milho na ração animal. Os estudos destes alimentos são motivados pela alta do custo de produção, toda vez que o cereal registra altas consecutivas no mercado [como nos últimos dias]. A Embrapa Suínos e Aves realizou um estudo onde avaliou o uso da mandioca como alternativa na alimentação de frangos de corte. De acordo com a entidade, os subprodutos derivados da mandioca, possíveis de serem usados nas dietas de frangos, são: farinha ou raspa integral, (raiz lavada, relada, seca e moída); farinhão ou resíduo da extração do amido; feno da rama (terço superior da planta seco e triturado) e raspa residual (raiz ralada, prensada e desidratada).
 
Segundo a pesquisa da Embrapa, o valor nutritivo desses alimentos, principalmente no que diz respeito a proteína bruta, fibra bruta e energia metabolizável deve ser considerado em relação ao milho. Com exceção do feno da rama de mandioca, esses alimentos são pobres em pigmentos, requerendo uma suplementação para melhorar a pigmentação das aves.

Substituição do milho- Com o objetivo de verificar a utilização da farinha integral (FIM) e raspa residual de mandioca (RRM) em rações para frangos de corte, a Embrapa Suínos e Aves realizou seis experimentos.

A farinha integral de mandioca foi utilizada em quatro experimentos, sendo dois com dietas isocalóricas – um no período de inverno e outro no verão. E mais dois experimentos com dietas heterocalóricas, nos mesmos períodos, utilizando frangos de corte de 1 a 56 dias de idade.

As dietas foram isoproteicas, atendendo às exigências nutricionais nas diferentes fases de criação. Através dos resultados dos dois experimentos com dietas isocalóricas, A Embrapa concluiu que é viável a substituição do milho em 66,66 por FIM, quando as aves foram criadas até 42 dias de idade e, em 100% quando as aves forem criadas até 56 dias de idade.

Quanto aos dois experimentos com dietas heterocalóricas, a entidade explica que os resultados mostraram que somente foi possível a substituição do milho por FIM em até 33,33% do milho em rações de frangos de corte criados até 56 dias de idade.

“Desse modo, verificou-se que as rações heterocalóricas com os níveis maiores de substituição não proporcionaram ganho de peso e conversão alimentar equivalentes a ração testemunha, provavelmente, em função do menor valor energético das respectivas dietas em confronto com a testemunha”, verificou o estudo da Embrapa Suínos e Aves.

Outros dois experimentos, visando verificar a inclusão de raspa residual de mandioca (RRM), foram feitos pela Embrapa. Um deles com dietas isocalóricas e outro com dietas heterocalóricas. Segundo a entidade, os experimentos foram realizados com frangos de corte no período de 1 a 42 dias de idade. Neste caso, segundo os resultados de desempenho obtidos pela entidade de pesquisa, verificou-se que em dietas isocalóricas é possível utilizar 3% de RRM na fase inicial (28 dias) e até 9% na fase final (40 dias de idade), sem prejuízo no desempenho das aves. No entanto, a Embrapa explica que quando se utiliza dietas heterocalóricas, somente é viável a utilização de 8% de RRM na dieta, na fase final.

“Pelos resultados obtidos nestes seis experimentos, concluiu-se que é possível adicionar FIM ou RRM nas proporções acima indicadas em dietas de frangos de corte, sem prejudicar seu desempenho. No entanto, é importante que se leve em consideração a viabilidade econômica desta substituição, bem como o suprimento das exigências nutricionais das aves. A utilização da mandioca e/ou de deus derivados, só será economicamente viável em regiões onde há escassez de milho, ou quando houver disponibilidade da mesma no mercado”, concluiu o estudo da Embrapa Suínos e Aves.

O estudo apresentado na matéria foi conduzido pelo médico veterinário Paulo A. R. de Brum e pelo zootecnista Luiz F. T. Albino, ambos da Embrapa Suínos e Aves.