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Cooperativas

Ministros recebem reividicações de cooperativas do sistema Aurora

Cooperados querem melhorias em logística e uma política de suprimento de milho para a região Sul. O setor de aves e suínos do Sul do Brasil consome cerca de 15 milhões de toneladas do cereal.

Os ministros Wagner Rossi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Márcio Pereira Zimmermann (Minas e Energia) mantiveram reunião na tarde desta segunda-feira com os presidentes de cooperativas filiadas à Coopercentral Aurora para discutir temas ligados às duas pastas. Os ministros acompanhavam viagem do candidato à vice-presidência da República, Michel Temer, à Santa Catarina. Enquanto Temer foi à Maravilha, os ministros permaneceram em Chapecó.
   
A primeira reivindicação da Coopercentral Aurora e suas filiadas – que representam 70.000 famílias rurais – é uma política de suprimento de milho para a região sul. A gigantesca cadeia produtiva de aves e suínos do sul do Brasil consome cerca de 15 milhões de toneladas para produzir as melhores proteínas animais que o Brasil e o mundo consomem.
   
A previsão para 2011 é de escassez de milho em razão de vários fatores, como seca e redução de área cultivada.  Por essa razão, Lanznaster pediu a suspensão do programa PEP destinado a exportação de milho, porque tem reduzido os estoques e afetado negativamente a competitividade da avicultura, e a definição de prioridades para garantir a oferta desse grão nos Estados sulinos.
   
A segunda reivindicação é a construção da ferrovia Mato Grosso/Santa Catarina/Rio Grande do Sul. O presidente da Coopercentral Aurora expôs que há mais de 20 anos que o oeste catarinense reivindica uma ferrovia intraterritorial de ligação oeste-leste para escoamento da produção agroindustrial aos portos marítimos, em território catarinense. Agora, o Paraná oferece uma alternativa que pode ser viabilizada mais rapidamente: a construção de um ramal da Ferrovia do Oeste do Paraná (Ferroeste), que, após a construção de uma extensão de Cascavel (PR) até Maracaju (MS), ligará Santa Catarina ao Mato Grosso, passando pelo sudoeste e oeste paranaense.
   
O interesse catarinense nesse ramal é evidente: o Estado importa 5 milhões de toneladas de grãos do Paraná e do Mato Grosso do Sul. Os projetos são complementares: o ramal da Ferroeste permitirá importar insumos e matérias-primas e a ferrovia leste-oeste facilitará as exportações. Ambos os projetos permitirão conexão com portos catarinenses e paranaenses.
   

A indústria de carne de frango e suínos do oeste de SC é alimentada pelo milho e soja produzido no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, oeste e sudoeste do Paraná. Estudos preliminares realizados pela Ferroeste e pela Secretaria de Infraestrutura de SC revelam que aproximadamente 5 milhões de toneladas são transportadas por caminhões, o que aumenta os custos de produção.  O custo final é novamente onerado com o transporte das carnes em containeres frigorificados até o Porto de Itajaí.
   
Mário Lanznaster acredita que a combinação das duas novas obras ferroviárias reivindicadas possibilitará que os insumos e os produtos industrializados passem a ser transportados por trem, barateando os custos e aumentando a renda dos produtores.
 
Força para Pecuária
 
O ministro Wagner Rossi, da Agricultura, quer criar condições adequadas para o financiamento da pecuária brasileira. “Essa deve ser a prioridade do plano agrícola 2011/2012”, prevê. Em encontro com dirigentes cooperativistas na sede da Coopercentral Aurora, em Chapecó, coordenado pelo presidente Mário Lanznaster, Rossi disse que é necessário linhas de financiamentos para a expansão da pecuária intensiva, como a criação de suínos, de bovinos e de aves. As facilidades que o programa de crédito rural oferecem para a área de grãos não existem para o segmento pecuário.

Para o ministro, isso é incompatível com a condição de maior exportador de carnes de boi e de frango. Observou que o Brasil só não é, também, grande exportador de carne suína porque os mercados criaram barreiras e obstáculos.
   
Rossi pediu a adesão dos cooperativistas ao programa de armazenagem criado pelo Ministério, com disponibilidades de R$ 2 bilhões para aumentar a capacidade de estocagem do setor privado. Informou que o setor público – incluída a Conab e os governos estaduais – dispõem de apenas 2,5% da armazenagem nacional.
   
Os presidentes de cooperativas manifestaram preocupação com o mercado do milho, essencial para o funcionamento do parque agroindustrial. O ministro informou que a Conab impedirá a escassez ou encarecimento especulativo do milho no mercado, fazendo intervenções corretivas, pois tem 7 milhões de toneladas em estoque.
  
Rossi atribuiu a ambientalistas instalados no governo as tentativas de criação de reservas florestais, quilombolas, parques nacionais e áreas indígenas. Destacou que “o presidente Lula é um homem extremamente sensato e tem sensibilidade para os problemas das classes produtoras”. Também elogiou o trabalho do deputado Aldo Rebelo (PcdoB-SP) como relator do código ambiental brasileiro em discussão no Congresso Nacional. Com informações da assessoria de imprensa da Aurora.