Durante as próximas semanas, Senegal recebe uma equipe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para diagnosticar o estado da arte da pecuária de corte e de leite do país africano.
A missão, prevista no acordo básico de Cooperação Técnica e Científica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República do Senegal, assinado em 21 de novembro de 1972, teve ajuste complementar, em maio
de 2007, para a implementação do Projeto de “Capacitação Técnica em Sistemas de Produção de Pecuária de Corte e de Leite no Senegal”.
O Projeto, executado pela Embrapa e Ministério da Pecuária do Senegal, é coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Senegal. Ele
objetiva a capacitação de um grupo técnico-científico do Ministério da Pecuária em sistemas de produção e, com isso, espera-se consolidar a política de expansão da pecuária de leite e de corte no país, com o desenvolvimento rural e a
geração de emprego e renda.
Os pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG) embarcaram para identificar os sistemas de produção e com esse perfil em mãos, o projeto prevê que em, aproximadamente, 18 meses, os técnicos do Senegal serão capacitados na implantação e gestão de tais sistemas, com treinamento ministrado por especialistas da Embrapa no Brasil.
Um dos integrantes da missão e pesquisador da Embrapa, Ezequiel Rodrigues do Valle, acredita que a Embrapa Gado de Corte colaborará na capacitação de especialistas senegaleses “nas áreas de sanidade animal, manejo reprodutivo, manejo alimentar, melhoramento animal e vegetal. Penso ainda que para que haja sucesso, os interessados devem se comprometer com as metas do programa e a colaboração precisa ser voluntária. É uma oportunidade para o Brasil contribuir com o desenvolvimento de outros povos, reduzindo as desigualdades socias e promovendo a produção sustentável de alimentos”.
Senegal localizado no oeste da África, o Senegal sofre o estrangulamento da intensificação da cadeia produtiva de leite e carne devido a fatores ambientais. O desconhecimento de práticas capazes de minimizá-los é um desafio para o país.
De acordo com o Instituto Senegalês de Pesquisa Agrícola, são duas as principais raças criadas naquele país: a Ndama, reconhecida como a única capaz de sobreviver às condições do sul do país em razão da incidência da Tripanossomíase, e uma denominada localmente Gobra, comum no norte. Aparentemente, a prevalência destas raças está condicionada, sobretudo, à sua capacidade de sobreviver às limitações impostadas pelo meio ambiente.
A extensa estação de seca obriga os criadores senegaleses à prática de transumância para locais onde existe alguma disponibilidade de água durante este período, o que dificulta o aproveitamento racional das pastagens nativas.
Diante deste cenário, o governo brasileiro colocou o conhecimento tecnológico existente na Embrapa à disposição do desenvolvimento da pecuária senegalesa. A Empresa contribuirá na geração, validação e transferência de alternativas técnicas que permitam o incremento da produção e da qualidade de leite e carne, mediante a introdução e a aplicação de conhecimentos e tecnologias autossustentáveis. As informações partem da Assessoria de Imprensa da Embrapa Gado de Corte.