Redação (30/03/2009) – A Monsanto anunciou na última quarta-feira (25), em evento no Centro Fecomércio de Eventos (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), em São Paulo, os ganhadores do 1º Prêmio Agroambiental Monsanto. Lançado em 2008, o concurso foi criado com o objetivo de reunir e estimular o desenvolvimento de propostas sustentáveis para a agricultura, inéditas no Brasil e ainda não utilizadas comercialmente, premiando os autores das melhores iniciativas.
As soluções inscritas no prêmio deveriam estar inseridas na temática agroambiental, abrangendo as áreas de Agronomia e Ecologia, Gestão Ambiental, Direito e Comunicação. Alunos e pesquisadores de cursos técnicos, graduação e pós-graduação podiam concorrer com dissertações, teses ou projetos pesquisas, reportagens, artigos e ensaios sobre avanços da agricultura e da biotecnologia. Assim, dos 337 projetos que foram inscritos de várias regiões do Brasil e dos 100 que seguiram para julgamento, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), classificou-se em primeiro lugar na categoria pesquisador.
Regiane Cristina Oliveira de Freitas Bueno, doutora em Entomologia pela ESALQ, venceu com o projeto “Bases biológicas para utilização de Trichogramma Pretiosum para controle de lagartas em soja”. A orientação foi do professor José Roberto Postali Parra, do departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola (LEF). Para ela, que já havia conquistado o Prêmio Jovem Pesquisador em Goiânia/GO com a mesma linha de pesquisa, “receber o troféu e diploma da Monsanto das mãos do presidente da Embrapa, Silvio Crestana, e do presidente da Monsanto no Brasil, André Dias, foi um momento emocionante pois trata-se de pessoas renomadas e ao mesmo indica que estou seguindo o caminho certo”.
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O projeto da premiada foi desenvolvido por meio de convênio ESALQ/Embrapa Soja. “Fiz todas as disciplinas do doutorado na ESALQ e boa parte dos experimentos foram realizados em Goiânia. Devo essa conquista a muita gente, principalmente ao professor Parra, que foi o mentor de todo o projeto”, destaca Regiane.
Por outro lado, Parra, orientador da tese explica que “a cultura da soja é uma das mais estudadas na área de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Entretanto, nos últimos anos, a aplicação indiscriminada de agroquímicos na cultura tem levado ao surgimento de novas pragas e como conseqüência a aplicação excessiva de tais produtos. Esse projeto visa minimizar a aplicação desses produtos, oferecendo uma alternativa biológica para as lagartas-pragas da soja, utilizando-se um inimigo natural que ataca a fase inicial de desenvolvimento (ovo) de tais pragas. Paralelamente, enfatizando o MIP, são avaliados os herbicidas, fungicidas e inseticidas que poderão ser utilizados ao lado da alternativa biológica proposta”, explica o orientador Parra.
Segundo avaliação da comissão julgadora, formada por Antonio Vargas de Oliveira Figueira, agrônomo da USP/ESALQ; Eduardo Romano de Campos Pinto, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) e conselheiro técnico do Conselho de Informações em Biotecnologia (CIB); Ernesto Paterniani, agrônomo da USP/ESALQ; Luiz Gonzaga Esteves Vieira, agrônomo e pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); e Marcelo Gravina de Moraes, agrônomo e professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “o projeto possibilita o desenho de novas técnicas para compor o manejo integrado, utilizando inimigos naturais de insetos-praga em soja e destaca a seleção de linhagens do parasitóide com grande potencial para uso em programas de controle biológico”.
O Prêmio Monsanto patrocinará, aos primeiros colocados, uma viagem para participar de um evento internacional relacionado às áreas-tema, a ser realizada em 2009, no valor máximo de R$ 10.000,00. Provavelmente Regiane siga para um congresso em Indianápolis (EUA), ainda em dezembro deste ano.
