O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, recebeu R$ 7,5 milhões em recursos do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria de Agricultura em 202 1. O montante foi utilizado para adequação de estruturas físicas e compra de equipamentos de ponta, que permitiram a abertura de novas linhas de pesquisa e prestação de serviços especializados ao setor produtivo.
Um dos exemplos é o novo equipamento para o Laboratório de Resíduos de Pesticidas do IB, um cromatógrafo líquido com detector espectrômetro de massas triplo-quadrupolo, que permitirá que o Instituto dobre sua capacidade de análise de moléculas de defensivos agrícolas em alimentos.
“Hoje, o Laboratório de Resíduos de Pesticidas do IB tem capacidade para identificar 250 moléculas de defensivos agrícolas em alimentos. Com esse novo equipamento, poderemos analisar mais de 500”, conta Sérgio Henrique Monteiro, pesquisador do IB e responsável pelo laboratório.
Importado dos Estados Unidos por R$ 2.140.000,00 e com alta capacidade analítica, o novo equipamento do IB possibilitará na prática a confirmação dos resíduos de defensivos agrícolas encontrados no programa de monitorização da produção agrícola do Estado de São Paulo, realizado em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA). “Será possível levar alimentos mais seguros para a mesa do consumidor”, afirma o pesquisador do IB.
Além disso, com a aquisição do novo equipamento o Instituto Biológico poderá incluir uma série de análises na sua rotina, além dos defensivos agrícolas, como também a determinação de medicamentos veterinários como os antibióticos, presentes em produtos de origem animal como carne, leite e ovos.
Como funciona o Laboratório de Resíduos de Pesticidas do IB?
O Laboratório de Resíduos de Pesticidas do IB é um dos principais no País em sua área de atuação. Acreditado pela norma internacional ISO 17025, relacionada à qualidade e emitida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o local consegue realizar testes que identificam resquícios de pesticidas.
Segundo os pesquisadores, o laboratório consegue mostrar cinco tipos de resultados nos alimentos: nenhum tipo de resíduo encontrado, resíduo identificado dentro do limite autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pesticida não autorizado para uso na cultura, pesticida de uso banido no Brasil e resíduos acima dos limites autorizados.
Os dois primeiros tipos de resultados permitem que o consumidor ingira aquele alimento de forma segura. Os três últimos estão fora do que determina a legislação brasileira e podem causar danos à saúde do consumidor.
Sequenciamento de DNA
Os recursos também foram usados para aquisição de um espectrômetro de massas MALDI-TOF (Matrix Assisted Laser Desorption Ionization – Time of Flight), no valor de R$ 1,6 milhão, equipamento que permite a identificação de bactérias, leveduras e fungos filamentosos em questão de minutos.
“Essa tecnologia soma-se às técnicas já utilizadas no IB, como a PCR, ELISA, sequenciamento de DNA, testes bioquímicos, microscopia e outros, aumentando o leque de ferramentas para a identificação de microrganismos prejudiciais, que causam doenças em animais e plantas, assim como aqueles benéficos utilizados no controle biológico de pragas e doenças de plantas ou com ação probiótica na nutrição animal”, explica Ricardo Harakava, pesquisador do IB.