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Suíno bom de pele

Método inovador avalia a penetração de cosméticos na pele humana com membrana da orelha de porco, obtida em frigoríficos.

Suíno bom de pele

Estabilidade, inocuidade e penetração na pele são alguns dos fatores que determinam a eficácia e segurança de um cosmético. Por outro lado, o cosmético não deve ter uma absorção sistêmica, isto é, não penetrar na corrente sanguínea. Uma pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, em colaboração com a Natura, levou à padronização e validação de um método para a avaliação da permeação e penetração cutânea in vitro de cosméticos.

Estudo foi recebeu o Prêmio Natura Campus de Inovação Tecnológica 2010.

“Para isso avaliamos modelos de membranas para o estudo da permeação e penetração cutânea, procedimentos experimentais para determinação do grau de penetração de um ativo nas diferentes camadas da pele, bem como o tratamento dos dados coletados e a interpretação deles”, explica a professora Maria Vitória Lopes Brada Bentley, coordenadora do estudo.

Segundo a professora, esse tipo de estudo, inédito no Brasil, é fundamental para o desenvolvimento de cosméticos eficazes e seguros e, ainda, no registro de produtos junto aos órgãos regulatórios. Junto com o avanço tecnológico de formulações como os nanocarreadores e as matérias primas cada vez mais especializadas, é necessário avaliar se estes produtos realmente liberam os ativos cosméticos adequadamente na pele. Além disso, diz, o modelo de testes criado propõe o uso de membranas sintéticas e de animais, obtidos sem o sacrifício deles para esta finalidade.

O modelo de membrana animal utilizado é a pele de orelha de porco, obtida em frigoríficos autorizados. Essa pesquisa vem ao encontro das características que um cosmético deve ter com relação ao grau de penetração na pele e contribui para uma avaliação correta destes parâmetros. E, ainda atende às recentes legislações internacionais, quanto ao uso de métodos alternativos para avaliação de cosméticos em substituição ao uso de animais.

A professora enfatiza que, a partir de amostras de cremes controle, foram padronizados procedimentos experimentais e cada laboratório realizou experimentos separadamente. Após isto, foram feitos estudos estatísticos comparando os diferentes resultados.

“Nosso laboratório, em função da experiência científica no tema, contribuiu para a tomada de decisões nas estratégias e no planejamento experimental”.

A pesquisa “Projeto de Permeação Cutânea” foi uma das ganhadoras do Prêmio Natura Campus de Inovação Tecnológica 2010, anunciado no início deste mês. Os vencedores do prêmio ganharam um curso na área de Inovação Tecnológica na Sloan School of Management do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT) em Cambridge, nos Estados Unidos.

Desde 2007, o prêmio Natura Campus é concedido a cada dois anos a projetos desenvolvidos por pesquisadores do Brasil e do exterior em parceria com a Natura.