A americana Monsanto obteve ontem uma importante vitória no debate sobre a segurança de uma de suas variedades transgênicas de milho. Em um pronunciamento preliminar, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) desqualificou o estudo segundo o qual o consumo do grão geneticamente modificado oferece riscos à saúde humana.
O estudo em questão, publicado há três semanas na revista científica “Food and Chemical Toxicology”, apontou que ratos alimentados com a variedade de milho NK 603, da Monsanto, e expostos ao herbicida glifosato apresentaram maior incidência de câncer e outras doenças graves. O grão é geneticamente modificado para resistir à aplicação do glifosato, uma substância usada no combate a ervas daninhas.
A conclusão teve grande repercussão na União Europeia, sobretudo na França, país que lidera a oposição ao plantio de transgênicos no bloco. Também sob influência da publicação, a Rússia anunciou a suspensão das importações do milho transgênico.
A EFSA declarou, porém, que o estudo liderado por um pesquisador da Universidade de Caen, na França, não é “cientificamente sólido” e que sua qualidade é “insuficiente para ser considerado como válido para avaliação de risco”. Por isso, não vê necessidade de reavaliar o status de segurança da variedade.
Segundo a EFSA, o trabalho possui problemas metodológicos, que invalidam seus achados. O órgão vai publicar uma nova análise em breve, levando em consideração informações adicionais fornecidas pelos autores.