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Impacto das Micotoxinas Tricotecenos na saúde e desempenho de galinhas poedeiras: estratégias de mitigação

Impacto das Micotoxinas Tricotecenos na saúde e desempenho de galinhas poedeiras: estratégias de mitigação

As micotoxinas tricotecenos, encontradas em rações para galinhas poedeiras, podem causar efeitos graves na saúde, desempenho e qualidade dos ovos. A redução de seus impactos negativos deve ser uma prioridade para manter a saúde das aves e garantir a segurança alimentar. Entre os tricotecenos mais prejudiciais estão a toxina T-2, a fumonisina B1 e o desoxinivalenol (DON), que podem inibir a síntese de proteínas, danificar membranas celulares e induzir estresse oxidativo, afetando gravemente a produção avícola.

Tricotecenos: Características e Efeitos Toxicológicos

Os tricotecenos são micotoxinas produzidas por fungos como Fusarium e Trichoderma, que contaminam grãos usados na alimentação animal, como trigo, cevada, milho e arroz. Essas micotoxinas são divididas em quatro tipos principais, sendo o tipo A e B os mais comuns em rações para aves. As micotoxinas permanecem estáveis no processamento da ração, resistindo ao calor e pH, o que as torna difíceis de eliminar.

Os efeitos toxicológicos dessas micotoxinas dependem da dose, duração da exposição e da suscetibilidade das galinhas. O tipo A, com a toxina T-2, é considerado um dos mais tóxicos. Já o tipo B, que inclui o DON, é bastante presente em rações contaminadas.

Metabolismo e Impacto nas Galinhas Poedeiras

O metabolismo das micotoxinas em galinhas poedeiras é influenciado por fatores como a idade, genética e estado nutricional das aves, além de estressores como calor e transporte. O processo de metabolização ocorre no intestino e no fígado, criando metabólitos que podem ter efeitos diferentes no organismo das aves.

A exposição aguda a altos níveis de tricotecenos provoca diarreia, lesões intestinais e perda de peso, prejudicando o desempenho e reduzindo a ingestão de ração. Já a exposição crônica, mesmo em doses mais baixas, pode levar à imunossupressão, tornando as aves mais suscetíveis a doenças como coccidiose e bronquite infecciosa. Além disso, as micotoxinas podem se acumular nos ovos, comprometendo sua segurança para o consumo humano.

Os ovos de galinhas expostas a tricotecenos apresentam alterações na casca, na cor e na consistência, o que reduz sua qualidade e aceitação no mercado. Fraturas na casca, sabor desagradável e redução da vida útil são algumas das consequências da contaminação.

Estratégias de Mitigação

Para reduzir os impactos negativos das micotoxinas tricotecenos, é essencial adotar uma abordagem preventiva que envolve tanto ações pré-colheita quanto pós-colheita.

Na fase pré-colheita, as práticas agrícolas adequadas são fundamentais para minimizar a contaminação. Técnicas como rotação de culturas e controle de pragas podem reduzir a proliferação de fungos que produzem micotoxinas. Armazenamento em condições controladas de ventilação, temperatura e umidade também ajuda a evitar o crescimento de fungos.

Já na fase pós-colheita, medidas como a limpeza e o processamento térmico da ração podem ser usadas para remover ingredientes contaminados, embora esses métodos não eliminem totalmente micotoxinas resistentes ao calor, como a toxina T-2. A utilização de agentes de desintoxicação, como argilas e carvão ativado, impede a absorção das micotoxinas no trato intestinal das aves, enquanto enzimas específicas e biotransformação microbiana ajudam na degradação das toxinas.

A suplementação de antioxidantes como vitamina E e C e minerais como selênio também é eficaz na redução do estresse oxidativo causado pelas micotoxinas. Além disso, o uso de probióticos, paredes celulares de levedura e beta-glucanos melhora a saúde intestinal das aves, aumentando sua resiliência à exposição a micotoxinas.

As micotoxinas tricotecenos representam uma séria ameaça à saúde e ao desempenho de galinhas poedeiras, impactando tanto a produção de ovos quanto a segurança alimentar. Para mitigar esses efeitos, é essencial adotar uma abordagem integrada que combine medidas preventivas e corretivas, garantindo a qualidade da ração e a viabilidade econômica das operações avícolas.

Referência e tradução: Poultry World