O Mato Grosso do Sul será pioneiro no Brasil com a criação da primeira indústria frigorífica dedicada à produção de tilápia enlatada, localizada em Itaporã, a 234 km de Campo Grande. A instalação será operada pela Frescomares e se concentrará na fabricação de conservas de filé de tilápia, tilápia ralada e subprodutos, como patê de tilápia. O projeto, anunciado por Márcio Rabello, diretor-executivo da empresa, está em desenvolvimento desde 2021 e superou desafios, como a pandemia de covid-19. Agora, com a autorização para usar o espaço no Distrito Industrial, o investimento se concretiza, marcando um novo capítulo na piscicultura do estado.
A iniciativa visa diversificar a produção e agregar valor ao setor, estratégia alinhada com a visão de transformar o Mato Grosso do Sul em um “Estado multiproteína”, conforme destacou Jaime Verruck, secretário de Estado da Semadesc. O estado, que já é referência em bovinocultura, suinocultura e avicultura, busca agora alcançar o mesmo destaque na piscicultura.
Em termos de produção de tilápia, o Mato Grosso do Sul se destacou em 2023, ocupando a quinta posição no ranking nacional de exportação. Segundo o Anuário da Piscicultura 2024, elaborado pela Peixe BR, o estado gerou US$ 336 mil em receitas com a exportação de 92 toneladas de tilápia, sendo o principal produto a tilápia congelada (exceto filés), que somou US$ 124.802 e 48,1 toneladas. Os filés de tilápia foram o segundo item mais exportado, movimentando US$ 113.371 com 14,5 toneladas exportadas.
O crescimento do setor é evidente. Nos primeiros oito meses de 2024, o abate de peixes no estado aumentou significativamente, com 16,8 milhões de unidades abatidas, comparado aos 10,1 milhões do mesmo período em 2023. Em 2022, a produção de tilápia no estado foi de 32 mil toneladas, de acordo com o IBGE. O município de Selvíria lidera a produção, seguido por Aparecida do Taboado, Itaporã, e outras cidades da região.
Este projeto é um marco importante para a industrialização da piscicultura em Mato Grosso do Sul, contribuindo para o desenvolvimento econômico e fortalecendo a posição do estado como líder na produção de proteínas no Brasil.
Fonte: Biosseguridade.com