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Sistemas de identificação

As tecnologias utilizadas para a rastreabilidade animal.

Redação SI 18/11/2002 – Dando continuidade ao tema rastreabilidade suína, existem vários sistemas que podem ser aplicados ao rebanho como o tradicional, o eletrônico, o biométrico e sistemas por meio de exames laboratoriais.

Sistemas tradicionais
Os sistemas que são usados com suínos incluem brincos plásticos numerados e tatuagens que podem facilmente ser lidas por um ser humano. Os únicos avanços tecnológicos nesta área estão no domínio do fluxo de informações para bancos de dados centrais via Internet. As principais vantagens dos sistemas de identificação que usam brincos e tatuagens são de que os seres humanos podem facilmente lê-los, e por eles serem relativamente baratos. As principais desvantagens incluem tatuagens que se tornam ilegíveis, brincos que caem, a perda da cadeia de identidade quando o suíno recebe um brinco novo, leitura errada de brinco e, no abate, os brincos precisam ser retirados para assegurar que não entrem na cadeia alimentar humana. Ocorre, é claro, perda total da identidade individual do suíno, uma vez que o brinco é removido.

Sistemas eletrônicos
Os brincos plásticos numerados que contêm um transponder embutido representam um avanço tecnológico significativo. A leitura e o registro da identidade podem ser automatizados – identificação mais rápida e mais precisa. Além disso, tais brincos nas orelhas dos suínos podem se comunicar aos transponders eletrônicos presos ao gancho no abatedouro. Desta forma, eles transferem informações vitais dos suínos para as suas carcaças e componentes subseqüentes. Gerações futuras de brincos eletrônicos também terão outras características úteis, tais como captura automatizada de dados por sistema sem fio a qualquer momento e transferência de identidade, com a localização determinada por GPS (Global Positioning Satellite).

O custo de sistemas eletrônicos de identificação provavelmente será reduzido ainda mais no futuro próximo, e a sua funcionalidade, tudo indica, incluirá dados de monitoramento biológico, além da identidade – temperatura do animal, por exemplo. As principais desvantagens incluem brincos que caem e a possível perda da cadeia de identidade quando o suíno recebe um brinco novo. Uso de transponders eletrônicos subcutâneos evitam, em parte, o problema de perda de brincos, e o problema de migração dos transponders está resolvido, mas o risco da entrada do transponder na cadeia alimentar tem limitado a popularização desta tecnologia.

Em alguns países, os transponders estão sendo colocados em cápsulas que são introduzidos nos estômagos de ruminantes. No entanto, assim como outros brincos, transponders precisam ser removidos para assegurar que não entrem na cadeia alimentar humana. Há, portanto, total perda da identidade individual do suíno, uma vez que o brinco é retirado se o abatedouro que o recebe não possui tecnologia apropriada de transferência e captura de dados.

Sistemas biométricos
Um dos sistemas biométricos é a imagem da retina. Esta tecnologia é baseada na descoberta de que a configuração de vasos sangüíneos na retina é única para cada animal e também muito estável durante sua vida. Um outro e similar sistema biométrico, o “escaneamento” da íris, é baseado na descoberta de que os desenhos da íris também são únicos para cada indivíduo e estáveis no tempo – embora ainda esteja incerto em qual idade o desenho da íris se estabiliza em suínos. Empresas comerciais estão desenvolvendo sistemas interativos e totalmente eletrônicos. Em eventos significativos na vida de um suíno (nascimento, e a qualquer momento que o animal muda de locação ou propriedade e abate) o olho é “escaneado” e sua imagem, juntamente com o tempo e a data e locação precisa conforme determinada pelo GPS, são eletronicamente transmitidos ao banco de dados central.

As vantagens de usar as características únicas do olho são muitas. Não existe risco de que o animal perca esta identidade única. O olho é totalmente biodegradável e pode entrar na cadeia alimentar humana. É impossível ocorrer uma fraude enquanto o animal estiver vivo o suíno sempre vai estar onde o seu olho estiver. A imagem da retina oferece outras vantagens potenciais, já que o estado dos vasos sangüíneos da retina pode proporcionar identificadores fisiológicos. Embora em suínos isso possa ser uma vantagem (detecção precoce de gestação, por exemplo), o uso desta tecnologia, no ser humano, está sendo debatido, já que os consumidores podem, finalmente, decidir se tais informações adicionais podem ou não ser uma invasão inaceitável de privacidade.

O principal desafio com o uso de uma medida biométrica associada ao olho é a dificuldade de uma rápida captura de uma imagem nítida: exigem-se diversos segundos para estabilizar o animal por tempo suficiente que permita a captura de uma imagem utilizável. Além disso, como no caso dos brincos, o animal perde sua identidade ao morrer quando os olhos são separados da carcaça.

Sistemas que exigem análises laboratoriais
Os sistemas de isótopos estáveis e vacinações de peptídeos sintéticos são dois métodos interessantes para rastrear um produto biológico de volta a sua origem, mas é improvável que sejam usados na indústria suinícola. O potencial para o erro humano é alto (assegurar que os peptídeos corretos ou isótopos estáveis são administrados), e haveria uma percepção negativa dos consumidores com respeito às vacinações desnecessárias ou de alimentar os suínos com isótopos.

A análise de DNA, no entanto, oferece uma oportunidade concreta para um sistema de identificação e rastreabilidade. Assim como as informações biométricas, o DNA já é único para cada suíno, não pode ser perdida, é totalmente biodegradável e pode entrar na cadeia alimentar humana. Possui uma grande vantagem sobre informações biométricas na qual ele acompanha a carne até o consumidor final. É um meio de identificação não-invasivo à prova de fraude. Já existem vários sistemas comerciais em operação que utilizam esta tecnologia com carne bovina. A avaliação de DNA serve como uma verificação da confiabilidade do sistema de rastreabilidade respondendo à pergunta “Você é quem diz ser?”

A principal desvantagem de um sistema de DNA é o seu custo e o desafio em ler a identidade de um animal em tempo real. Há também o risco de um erro humano durante a coleta e armazenamento de amostras. Estatística e freqüência de amostragem ajudam a trazer os custos de um sistema de verificação de DNA a níveis razoáveis.

Os testes de DNA já estão sendo usados na suinocultura para ajudar clientes a verificarem que seus fornecedores estão entregando o que é preciso para os seus produtos de valor agregado. No Reino Unido e no Japão, a tecnologia PICmarq TM assegura que os fornecedores atendam às especificações dos clientes para suínos do tipo Javali, Duroc ou Berkshire. Nos Estados Unidos, duas organizações usam a tecnologia PICmarq TM para controlar importações ilegais de espécies exóticas de suínos e asse gurar a pureza racial do Hampshire. Testes adicionais de DNA em vários países são usados para verificar a presença de genes específicos relacionados à qualidade de carne que agregam valor ao produto, inclusive para o mercado de exportação. A PIC já desenvolveu uma tecnologia própria para o uso de DNA na verificação em um sistema de rastreabilidade de carne suína.