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Tempo é arma na briga dos congelados

<p>A redução do tempo gasto no preparo dos produtos é hoje o principal desafio das fabricantes de alimentos congelados no Brasil.</p>

Redação (12/11/2007)- As Industrias trabalham para dar cada vez mais agilidade e praticidade ao preparo e, assim, ampliar a participação nos R$ 4,2 bilhões que a venda de congelados deve movimentar este ano.

É com esta intenção que a subsidiária brasileira da General Mills, que comercializa as marcas Forno de Minas, de salgadinhos congelados, e Frescarini, de pizzas e massas, colocará este mês no mercado duas versões de produtos pré-assados, com tempo de preparo de aproximadamente 10 minutos nos fornos convencionais e até um minuto e dez segundos no microondas, enquanto que os salgadinhos tradicionais da marca levam até 30 minutos para ficar prontos.

"As pesquisas mostram que as mulheres estão trabalhando mais e o tempo para a família é cada vez mais curto. A preparação dos alimentos tem que ser a mais rápida possível", explicou Marcos Scaldelai, gerente de marketing da General Mills no Brasil. Segundo o executivo, a empresa está desenvolvendo uma linha especial de congelados que será lançada no próximo ano. "Nossa intenção é explorar cada vez mais a área de congelados", disse.

A Sadia também está investindo para diminuir o tempo do preparo dos produtos. A empresa colocou no mercado em outubro uma versão de sua pizza com formulação própria para aquecimento no microondas, que fica pronta em apenas cinco minutos. No forno convencional o tempo médio é de cerca de 15 minutos.

"O consumidor quer praticidade e rapidez", afirmou Daniela Arantes, gerente de marketing da empresa. Segundo ela, as porções individuais, mais rápidas e menores, estão se consolidando como tendência desse segmento.

Nos últimos quatro meses a Sadia ampliou sua participação no mercado de pizzas, de 25%, em volume, para 29%. Em valor, o crescimento foi de 2%, passando de 30% para 32%. Este mercado movimentou R$ 334, 4 milhões e 28,1 toneladas em 2006, segundo a ACNielsen.

Retomada: As vendas de produtos congelados passou por maus momentos durante o início da década. De 2000 a 2004, a receita apresentou seguidas quedas, passando de R$ 3,7 bilhões para R$ 3,2 bilhões. O setor ultrapassou o montante de 2000 apenas em 2006, quando atingiu R$ 3,9 bilhões. Para este ano, o crescimento estimado é de 8,4%, para R$ 4,2 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Industrias de Alimentos (Abia).

O principal motivo das quedas registradas nos últimos anos foi a "ressaca" do apagão, de acordo com Amilcar Lacerda de Almeida, gerente do departamento de economia e estatística da Abia. Durante a crise de energia vivida pelo Brasil, no início da década, as pessoas desligaram os freezers e evitaram usar o microondas.

Um fator que ajudou a impulsionar a retomada foi o surgimento de produtos mais baratos e com menor valor agregado. "Permitiu o acesso dos consumidores das classes mais baixas aos produtos congelados", disse Lacerda.

Em julho passado, a General Mills anunciou que voltará a produzir no Brasil as massas Frescarini a partir de 2008 – o País era abastecido pela produção argentina. Esse deve ser o primeiro passo para a expansão da marca nos congelados. A estratégia para alavancar as vendas será explorar a imagem de "produtos tradicionais" que a marca já conquistou com as massas. Segundo Scaldelai, os consumidores das massas resfriadas se identificam com os congelados. "Nossos concorrentes são muito agressivos, rápidos em inovações. Este é o nosso diferencial", afirmou.

Daniela, da Sadia, aposta exatamente nas inovações para ganhar cada vez mais mercado. "Nós sempre inauguramos novas categorias", afirmou. Dentre essas categorias "criadas" pela Sadia estão os "hot pockets", lanches de rápido preparo nos fornos microondas.