A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) alerta aos produtores e administradores de granjas de todo país sobre a necessidade de manter e redobrar os procedimentos de biossegurança em seus plantéis, em especial neste momento, por conta da epidemia de PED (do inglês, Porcine Epidemic Diarrhea) que afeta diversos países, inclusive vizinhos do Brasil.
A doença, ainda não diagnosticada em território nacional, é causada por um vírus de alta capacidade de transmissão indireta e grande resistência, conhecido como PEDv, e já atinge países como EUA, México, Canadá, Peru, Colômbia, República Dominicana, Equador e Guatemala com grande prejuízo econômico (morte de 20% a 100% dos animais em fase de maternidade).
Segundo pesquisadores, o vírus pode permanecer ativo por 14 dias em temperatura ambiente de até 8º graus negativos e possui dose infectante mínima muito baixa. Isso favorece a transmissão indireta entre granjas e países, por meio de pessoas, roupas, sapatos, embalagens, ingredientes de ração e etc.
“Se trata de uma patologia exótica que vem causando um grande prejuízo econômico nos EUA e em outros países pela grande mortalidade que ocasiona. Então, estamos tomando todas as medidas para não chegar aqui. Assim, é preciso ainda mais atenção no cumprimento dos procedimentos de biosseguridade das granjas em todo Brasil”, comenta o diretor-executivo da ABCS e médico veterinário, Fabiano Coser.
Ainda em fevereiro, a ABCS adiantou-se e em parceria com a ABEGS (Associação Brasileira das Empresas de Genética Suína), o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) organizou o Workshop PEDv para informar e orientar representantes e produtores sobre a doença e como evitá-la.
Do mesmo modo, a associação nacional participou da parceria que permitiu, em abril, a inauguração da Estação Quarentenária de Cananeia (EQC), no litoral Sul de São Paulo, para aumentar as barreiras a esta e outras doenças exóticas (PRRS, TGE, entre outras) quem podem ingressar no país por meio da importação de animais para melhoramento genético vindos da América do Norte e da Europa.
O esforço para evitar a entrada do PEDv no Brasil tem um agravante no período Copa do Mundo. O país receberá milhares de turistas vindos de países onde há o surto que poderão trazer o vírus pela sua resistência. Assim, os procedimentos de biosseguridade são mais importantes do que nunca. Entre eles, evitar visitas desnecessárias às granjas, vazio sanitário de ao menos 10 dias e cuidado rigoroso com produtos importados destinados à produção.