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Sanidade

Aumenta a vigília contra entrada de gripe aviária no Brasil

O aumento do efetivo e a melhoria dos mecanismos de monitoramento e comunicação deve aumentar o número de notificações suspeitas.

Aumenta a vigília contra entrada de gripe aviária no Brasil

Auditores fiscais federais agropecuários (Affas) já atuam para prevenir o ingresso da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), também conhecida como gripe aviária, em território nacional. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), todos os auditores da área e também os veterinários dos órgãos estaduais estão preparados e de prontidão para atender de forma imediata as notificações de suspeitas e os casos confirmados que possam ocorrer, caso a IAAP seja detectada no Brasil.

Recentemente, focos de doença, que afetam principalmente aves domésticas e silvestres, foram identificados na Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Chile, países da América do Sul que nunca haviam registrado casos da Influenza Aviária. O Brasil permanece livre da doença até hoje.

O coordenador-geral de Planejamento e Avaliação Zoossanitária do Departamento de Saúde Animal (DSA), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Ronaldo Teixeira, explica que com o aumento e melhoria dos mecanismos de vigilância e comunicação de risco sobre a doença, é esperado haver aumento de notificações de suspeitas. “Já estamos recebendo mais notificações que rotineiramente, tanto do sistema de produção industrial quanto da avicultura de subsistência e de aves silvestres. Isso demonstra que a sociedade está sensibilizada e atenta às ocorrências de doenças e que as ações de comunicação estão funcionando. Felizmente, ainda não temos nenhum caso confirmado da doença, nem em aves domésticas e nem em aves silvestres”, assegura.

“Não há como evitar a migração das aves e já está provado que não é viável e nem eficaz interferir no meio ambiente, então temos é que intensificar as medidas preventivas, reforçando a biosseguridade das granjas e pequenas criações, para evitar as possibilidades de contatos diretos ou indiretos com aves silvestres, e também a vigilância, para a detecção precoce, permitindo a rápida contenção da doença e evitando grandes impactos sociais, econômicos e ambientais”, informa e acrescenta: “Já foram coletadas mais de 35 mil amostras no plano de vigilância ativa e a vigilância passiva está reforçada, na qual recebemos as notificações sobre a doença e vamos até o local investigar”, explica o coordenador-geral e reforça: “é assim que detectamos precocemente o ingresso da doença, caso ela ocorra”.

De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado pelo Anffa Sindical, para o cenário que considera a ocorrência de surto de gripe aviária no Brasil haveria perda direta anual de R$ 7,3 bilhões em exportações do agronegócio o que, por sua vez, ocasionaria perda adicional (indireta) de R$ 6,1 bilhões em outros setores da economia, totalizando R$ 13,5 bilhões em perdas (diretas e indiretas). Os impactos diretos se dão sobre os setores que compõem o agronegócio e os indiretos sobre os demais setores da economia.

Além do aspecto econômico, outro desafio para os envolvidos no monitoramento e prevenção do ingresso da doença no Brasil é a carência de servidores, que desponta como uma forte ameaça ao trabalho dos Affas. De acordo com o Anffa, há um déficit de 1.620 auditores agropecuários na carreira, o que explica o cancelamento de férias de fim de ano e remanejamento de Affas para suprir carências graves em momentos como esse de alerta para o ingresso da influenza aviária e de outros males, como febre aftosa e peste suína africana.

Na área de Saúde Animal do Ministério da Agricultura são menos de 200 Affas para atender todo o Brasil, nas mais diversas atividades de auditoria e fiscalização inerentes à carreira. “Nessas ocasiões, a avaliação é sempre de que uma quantidade adequada de Affas evitaria prejuízos econômicos e sanitários ao País”, afirma o presidente do Sindicato, Janus Pablo.