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Sanidade

Avicultura brasileira fecha parceria com OIE e Mapa para compartimentar produção

A compartimentação visa manter um rígido controle sanitário, de rastreabilidade e de avaliação de pontos críticos em praticamente todas as etapas da produção avícola.

Em projeto piloto inédito, a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) fechou uma parceria com a Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) e o Ministério da Agricultura para levar o Brasil a ser o primeiro país a adotar um programa de compartimentação da produção de aves.
  
A OIE e o governo brasileiro estão ajudando a Ubabef a definir quais serão os critérios adotados para esse modelo e a traçar as principais regras do programa. As informações foram dados hoje pelo diretor do núcleo de produção e técnico-científico, Ariel Mendes, da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
  
Diferentemente da regionalização, que normalmente envolve todo um Estado, a compartimentação se concentra em uma empresa e em todo o seu processo produtivo, que deve manter um rígido controle sanitário, de rastreabilidade e de avaliação de pontos críticos em praticamente todas as etapas. Mesmo se houver algum problema sanitário em alguma região do País, a companhia compartimentada instalada na localidade poderá manter suas exportações por cumprir todas as diretrizes do programa.

  
 “Já participei de diversas discussões sobre esse assunto e há um descrédito dos países com relação a isso, mas a OIE incentivou o Brasil a fazer esse projeto piloto. A partir do momento que isso for reconhecido, os outros países passarão a aceitar a idéia”, explica Mendes.
  
O diretor conta que já há três plantas participando do projeto. “Temos a planta da Sadia em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, a da Brasil Foods, em Rio Verde, Goias, e da Marfrig em Itapiranga, Santa Catarina”, afirmou. A expectativa é que esse modelo facilite as relações de exportação do Brasil e mantenha um controle mais rígido dos aspectos sanitários.
  
O País quer continuar avançando em seu modelo de expansão dos limites de exportação neste ano. Em 2010, os principais destinos da carne de frango foram Árabia Saudita, com 14% do total embarcado, Japão, com 10%, e Hong Kong, com 9%. Em 2011 a UBABEF quer abrir os mercados da África e Ásia, essencialmente.
 
O presidente da Ubabef, Francisco Turra, afirmou, ainda, que já está  definido como será a exportação de carne de frango para a Rússia. O governo daquele país fixou uma cota de importação de 350 mil toneladas de carne de frango, quase metade do total do ano passado. Apesar disso, a Ubabef está otimista. Turra explica que, apesar de a Rússia não fazer parte da Organização Mundial de Comércio (OMC), a nova cota será comercializada dentro do acordo de Nação Mais Favorecida (MFN, na sigla em inglês), em que o Brasil competirá em igualdade de condições.

Por outro lado, há uma preocupação com os Estados Unidos na competição pelo mercado Russo. “Nós prevemos um impacto porque o País é um grande competidor em leg quarter”, afirma o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin. Essa parte do corte, que compreende a coxa e a sobrecoxa, costuma ser descartada na produção para abastecer o mercado interno norte-americano e, por ser sobra, tem um preço muito mais competitivo. Além dessas partes, o Brasil também poderá exportar carne de frango e cortes desossados, como o peito.