A avicultura industrial brasileira, considerada uma das mais avançadas do mundo, cumprirá este ano mais uma importante etapa no aperfeiçoamento dos controles sanitários: a adoção da compartimentalização.
Esforços nessa direção já estavam sendo feitos nos últimos anos com a regionalização da avicultura brasileira, em atendimento a diretrizes do Código Zoosanitário da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), estabelecida como medida para reduzir o impacto sobre a produção avícola diante da possível ocorrência de um foco de doenças da antiga lista A (Influenza Aviária, Newcastle).
Técnicos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) visitam, esta semana, quatro empresas associadas à União Brasileira de Avicultura que participam de um projeto-piloto, em escala mundial, com o objetivo de adotar a compartimentalização da sanidade na produção avícola. A proposta do projeto começou a ser discutida entre o Ministério da Agricultura e a OIE há três anos. As empresas brasileiras que participam desse projeto-piloto são a Sadia (unidade de Lucas do Rio Verde/MT), Perdigão (de Rio Verde/GO), Seara (Itapiranga/SC) e Cobb (São José do Rio Preto-SP).
A inspeção à campo do sistema de produção integrada da Seara Alimentos está programada para esta sexta-feira (21), durante todo o dia, em vários municípios do extremo-oeste catarinense, especialmente São Miguel do Oeste e Itapiranga.
A expectativa é que o processo seja concluído até o final de 2012, quando o governo brasileiro certificará esses sistemas produtivos. Até lá, a OIE irá formalizar esse tipo de projeto dentro do Código de Animais Terrestres.
O presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila, destaca que adoção da compartimentalização representará um avanço ainda maior no sistema de proteção da cadeia industrial da avicultura brasileira, já considerada uma das mais avançadas do mundo.
Garantias
A Acav participa, desde 2004, da estruturação do programa de regionalização da avicultura brasileira por Estado. A regionalização tem como objetivos principais reduzir a vulnerabilidade da produção avícola regional, criar condições para que um eventual foco de doença da antiga lista A se circunscreva à região onde ocorreu, preservando a avicultura de outros Estados da Federação.
Também visa dar garantias aos países importadores, assegurando que o risco é insignificante para as importações de produtos avícolas brasileiros de regiões não afetadas. Outra ação dos órgãos representativos do setor seria a de procurar que os serviços sanitários dos países importadores aceitem essas garantias, permitindo importações com origem em áreas livres.
Acav defende a compartimentalização com objetivo de melhorar o controle para não disseminar as doenças em caso de um foco e, em caso de registro de doenças, manter as exportações de Estados não afetados.
“Os Estados têm capacidade para assumirem mecanismos eficazes no controle de doenças”, observa Clever Ávila, lembrando que todos estão comprometidos com um programa de prevenção e controle: governo, empresas avícolas e criadores. Em regiões de alta produção de aves, como o Oeste de Santa Catarina, devem adotar a compartimentalização.