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Sanidade

Brasil Notifica Órgão Internacional de Saúde Animal sobre o Fim do Foco de Doença de Newcastle

Indústria de aves prioriza retomada das exportações

Brasil Notifica Órgão Internacional de Saúde Animal sobre o Fim do Foco de Doença de Newcastle

O governo federal informou ontem à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e aos países importadores de carne de aves do Brasil que conseguiu erradicar o foco de doença de Newcastle no Rio Grande do Sul. As ações de vigilância continuarão na área ao redor da propriedade em Anta Gorda (RS), onde o caso foi confirmado na semana passada. O Ministério da Agricultura também investigará as possíveis causas da ocorrência e monitorará o abate e a destinação da carne das aves em 49 granjas comerciais localizadas a 10 quilômetros do foco erradicado.

Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, expressou a expectativa de que a rápida resposta do serviço sanitário brasileiro para identificar, conter e eliminar o vírus ajude a acelerar a normalização das exportações de produtos avícolas do país. Os importadores são informados diariamente sobre os avanços, e a área de emergência foi reduzida após o descarte de novas suspeitas.

Goulart destacou que a conclusão do foco representa um avanço significativo para garantir a retomada das certificações e das exportações. O encerramento ocorreu uma semana após a confirmação do caso, com amostras coletadas no dia 9 de julho e enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) em Campinas (SP). O prazo para a erradicação total é de 21 dias.

Para que o país seja declarado novamente livre da doença pela OMSA, é necessário comprovar a ausência do vírus nos próximos 90 dias. No entanto, a retomada das exportações depende exclusivamente dos países importadores. Goulart evitou estimar um prazo para a completa normalização das vendas externas.

Clientes importantes, como China e México, ainda enfrentam restrições em todo o país. A Pasta de Agricultura está elaborando estratégias específicas para retomar o comércio o mais rapidamente possível. Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal, informou que a fonte do foco foi eliminada e que não houve disseminação do vírus para outras áreas. A investigação continuará, considerando possíveis causas externas, como eventos climáticos extremos ou falhas na biosseguridade da granja afetada.

O Ministério descartou que a doença tenha sido introduzida por elos anteriores da cadeia avícola e constatou que o vírus não se espalhou. Em um raio de 10 quilômetros do foco, há 49 granjas comerciais que terão seu abate monitorado pelo governo. As aves deverão ser abatidas em frigoríficos da região e passar por tratamento térmico antes de serem comercializadas.

O Centro de Operações de Emergência Zoossanitária (CoeZoo) será responsável por emitir as Guias de Trânsito Animal (GTA) para monitorar o transporte dos animais. A inspeção especial nos abatedouros garantirá que as aves sejam segregadas e não tenham contato com outras.

José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), afirmou que o setor pode estocar a produção afetada, mas que a redução das restrições traz alívio para as indústrias. Carlos Goulart mencionou que a capacidade de estocagem foi pressionada, mas que o impacto comercial foi contornado sem causar uma crise significativa na estocagem da produção de aves.