Em 2010, o índice de cobertura vacinal de bovinos e búfalos contra a febre aftosa alcançou 97,3%. Os destaques foram os estados de Mato Grosso, com 99,74%, Tocantins, com 99,52% e Mato Grosso do Sul, com 99,41% dos animais imunizados. O resultado das duas etapas de vacinação foi semelhante ao registrado em 2009, com 97,07%. “Para ampliarmos esse número, é necessário conscientizar ainda mais os produtores sobre a importância de vacinar o rebanho. Essa é uma questão estratégica para a manutenção e abertura de novos mercados e deve envolver o setor produtivo e os governos estaduais e federal”, declara o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim.
Jardim informa que o Ministério da Agricultura firmou um pacto, na última semana, com os secretários de Agricultura da região Nordeste, para investir em iniciativas e ampliar a classificação dos estados ainda considerados de risco médio para a doença. “Vamos consolidar, por exemplo, a base de dados do rebanho desses estados, intensificar as ações de vigilância e fiscalização e adequar a estrutura dos serviços veterinários oficiais”, afirma.
As ações vão criar condições para o Brasil reconhecer a região como livre de febre aftosa com vacinação, neste ano, e encaminhar o pedido de reconhecimento para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em 2012. Para isso, é necessário que os estados envolvidos cumpram os compromissos assumidos e os estudos a campo constatem ausência de circulação viral na região.
Na segunda etapa da campanha, realizada em novembro de 2010, o índice vacinal atingiu 97,7%, o que representou 155,5 milhões de bovinos e búfalos imunizados, do total de 159 milhões de animais. No Norte, o Tocantins saiu na frente com 99,52% do rebanho imunizado. Na região Sudeste, São Paulo foi o destaque, com 98,40%. No Nordeste, a Bahia atingiu 97,93%, no Centro-Oeste, o Mato Grosso imunizou 99,74% e, na região Sul, o Paraná registrou 97,43%.
De acordo com o diretor de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, os elevados índices de vacinação contra a febre aftosa e a consequente imunização do rebanho podem ser constatados nos estudos de eficiência da vacinação desenvolvidos pelo Serviço Veterinário Oficial nos estados brasileiros. “Essa é a constatação de que, além da extraordinária qualidade das vacinas contra febre aftosa comercializadas no país, o processo de transporte, a armazenagem e a aplicação da dose nos bovinos e búfalos têm ocorrido de forma bastante responsável por todos os atores envolvidos nessa cadeia”, afirma Marques.
Participaram da campanha de novembro 20 estados e o Distrito Federal. São eles: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Classificação
Hoje, 15 unidades da federação são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal como livres de febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Além disso, detêm esse status, a região Centro-Sul do Pará e os municípios de Guajará e Boca do Acre, no Amazonas.
O estado de Santa Catarina é reconhecido pela OIE como livre da doença sem vacinação. Em risco médio estão Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e a região Centro-Norte do Pará. Em alto risco encontram-se Roraima, Amapá e as demais áreas do estado do Amazonas.
Neste mês, a OIE restabeleceu o status da Zona de Alta Vigilância (ZAV) de Mato Grosso do Sul como livre de febre aftosa com vacinação. Fazem parte dessa região 13 municípios: Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista, Caracol, Coronel Sapucaia, Corumbá, Japorã, Ladário, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porá, Porto Murtinho e Sete Quedas. Essas cidades fazem fronteira com o Paraguai e a Bolívia e compreendem 1,5 mil km.