O governo brasileiro desenvolveu parceria estratégica com países vizinhos para combater a febre aftosa na América do Sul. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, a medida é vital para intensificar as ações conjuntas. “Para avançar no processo contra a febre aftosa precisamos trabalhar em conjunto com a Bolívia, Equador e Venezuela e envolver produtores, setor empresarial e governo”, disse nesta quinta-feira, 2 de setembro, durante a reunião do Conselho Diretor da Federação das Associações Rurais do Mercosul, em Esteio (RS).
De acordo com Francisco Jardim, é importante para o Brasil continuar a parceria na área de defesa firmada em 1977 com a Bolívia. “Temos ampliado a vigilância na fronteira entre os dois países, intensificado a fiscalização do trânsito animal, inspecionando regularmente as propriedades e realizando o monitoramento soroepidemiológico na área”, ressaltou. A reunião do Conselho Diretor da Farm faz parte da programação da 33ª edição da Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer). A feira termina no próximo domingo, 5 de setembro, e conta com 45,3 mil metros quadrados de pavilhões cobertos e 70 mil metros quadrados de área para exposições.
Para controlar o trânsito de animais, produtos e subprodutos na região foram instaladas 12 bases fixas de fiscalização. Os fiscais contam com quatro barcos, um hidroavião e veículos. A expectativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é implantar mais sete postos fixos nos estados de Mato Grosso e Rondônia até o fim do ano.
Para controlar a febre aftosa, o governo adotou também treinamentos de profissionais brasileiros e bolivianos, contribuindo para a troca de experiências, facilitando o cadastramento das propriedades e a execução das campanhas sanitárias.
A fronteira do Brasil com a Bolívia possui extensão de 3,4 mil quilômetros, sendo 2,6 mil quilômetros de rios e canais, 750 quilômetros de vias convencionais (fronteira seca) e 63 quilômetros de lagoas.
Classificação
No Brasil, o Distrito Federal e 14 estados são classificados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livres da febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
O centro-sul do Pará (46 municípios) e as cidades de Boca do Acre e Guajará, no Amazonas, apresentam a mesma classificação. Os outros estados da região Nordeste e o nordeste do Pará são considerados como médio risco para a doença; Roraima e noroeste do Pará, como de alto risco, e Amazonas e Amapá têm risco desconhecido.