No Rio de Janeiro, depois da UPP, está em ação a OPP – Operação contra Porcos Piratas. Isso mesmo: é uma ação contra os chiqueiros clandestinos.
É um problema de saúde pública em algumas regiões do Rio, porque a criação clandestina pode virar foco de doenças, contaminar rios e gerar um risco para quem consome a carne.
Tolerância zero para criadouros clandestinos de porcos no Rio de Janeiro. Desde o início do ano, aproximadamente quatro mil animais foram apreendidos no estado.
Esta semana, uma operação flagrou a presença de aproximadamente mil porcos em uma propriedade na Zona Oeste do Rio. O dono admitiu a irregularidade. “Os dejetos vinham para o rio aqui da sardinha, e ia pelo rio direto, canalizado. Eu sabia que estava fazendo errado”, conta o criador Delson Paes.
“No caso da criação clandestina, essa criação normalmente é feita na beira de rio. E todo o material, assim como o resto alimentar e a comida que não serviu nem para o suíno, ela normalmente é jogada no leito do rio”, explica Cláudio Salem, veterinário.
Criadouros clandestinos de suínos são bombas relógio ambientais. Além da contaminação do solo, do ar e das águas, animais criados sem asseio ou higiene, sem alimentação adequada e longe da fiscalização sanitária ameaçam a saúde de quem come a carne.
Geralmente nestes criadouros, os animais se alimentam dos restos de comida com prazos de validade vencidos. “Os porcos se alimentam de lavagem e restos de frutas, sacolão. Restos de supermercado”, diz o criador Antônio Fernandes.
“O porco come esse lixo, se reproduz com muita facilidade. Então é um ciclo. Cada vez mais lixo, mais porco e o aumento, a proliferação de vetores. Ratos urubus e baratas”, explica José Maurício Padrone, chefe da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais da Secretaria do Ambiente.
“É um grande atrativo para pragas e principalmente falando de roedores, insetos rasteiros e insetos voadores, principalmente as moscas”, explica o veterinário.