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Nota Oficial

Após 18 anos, MAPA declara emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul devido à doença de Newcastle

Brasil detecta primeiro caso de Doença de Newcastle em aves desde 2006. Medida vale pelo prazo de 90 dias

Após 18 anos, MAPA declara emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul devido à doença de Newcastle

Na sexta-feira, 19 de julho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência zoossanitária no Estado do Rio Grande do Sul, devido à confirmação de um surto da Doença de Newcastle (DNC) em aves comerciais no município de Anta Gorda. A medida, que tem validade de 90 dias, visa conter a propagação do vírus patogênico e minimizar os impactos na avicultura.

Medidas de Contenção

Com a declaração de emergência, serão implementadas várias ações para controlar o surto, conforme o Plano de Contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. As principais medidas incluem:

  • Sacrifício ou Abate: Todas as aves na propriedade afetada serão sacrificadas para eliminar o foco da doença.
  • Limpeza e Desinfecção: As instalações afetadas passarão por um processo rigoroso de limpeza e desinfecção.
  • Medidas de Biosseguridade: Serão adotadas estratégias para evitar a disseminação do vírus para outras áreas.
  • Demarcação de Zonas: Serão estabelecidas zonas de proteção e vigilância em um raio de 10 km ao redor do foco.
  • Barreiras Sanitárias: Barreiras sanitárias serão colocadas para controlar o movimento de aves e produtos avícolas na região.

O Mapa assegurou que o consumo de carne de frango e ovos, incluindo os provenientes da área afetada, continua seguro. Produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) estão livres de contraindicações para o consumo.

Projeto de Lei para Emergências Agropecuárias

Além das medidas imediatas, o Ministério da Agricultura e Pecuária está promovendo um Projeto de Lei (PL) para fortalecer as ações de resposta a emergências fitossanitárias e zoossanitárias. O projeto, já aprovado pela Casa Civil e em análise pelo Congresso Nacional, visa permitir uma resposta mais ágil e coordenada, mobilizando o sistema governamental em todos os níveis para a defesa agropecuária.

Confirmação do Foco

O surto da Doença de Newcastle foi confirmado em 17 de julho, no município de Anta Gorda, após análise realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A investigação epidemiológica está sendo conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi).

Sobre a Doença de Newcastle

A Doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sintomas respiratórios, manifestações nervosas, diarreia e edema na cabeça. Causada pelo vírus paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), a DNC é uma doença de notificação obrigatória à OMSA. Os últimos casos registrados no Brasil ocorreram em 2006, afetando aves de subsistência nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

O Ministério da Agricultura ressaltou que o Brasil, o maior exportador de frango do mundo, está monitorando de perto a situação para evitar impactos no mercado internacional. Embora os protocolos sanitários do país sejam elogiados por sua eficácia, o possível impacto comercial do surto está sendo avaliado, especialmente em relação aos compradores exigentes, como China e União Europeia. Até o momento, não está claro se houve restrições comerciais impostas por importadores devido ao surto.

O governo confirmou que uma amostra testou positivo para a doença viral, proveniente de uma granja comercial em Anta Gorda. As circunstâncias das mortes em massa ainda estão sendo investigadas, e a ABPA, um lobby da carne, afirmou que os protocolos de mitigação estão sendo seguidos e a área ao redor continua sendo monitorada.