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Exportação

Avicultura gaúcha defende embargos apenas no raio de 10 km do foco de Newcastle

Avicultura gaúcha defende embargos apenas no raio de 10 km do foco de Newcastle

O secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Márcio Madalena, afirmou que a solicitação do setor avícola para que o Ministério da Agricultura negocie a diminuição da restrição comercial para as exportações de carne de frango do Estado tem embasamento técnico.

Investigações conduzidas por cerca de 60 técnicos no entorno de Anta Gorda não encontraram vestígios de propagação da Doença de Newcastle. Cerca de 600 propriedades foram visitadas no raio de 10 km da granja onde o caso foi confirmado. Algumas, no raio de 3 km, já começaram a receber a segunda visita dos veterinários do Estado.

Uma coleta de amostras realizada na semana passada em Progresso, com suspeita de síndrome respiratória e nervosa das aves, aguarda resultados do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP). O exame deve ficar pronto entre hoje e amanhã, com expectativa de ser mais um caso negativado, o quarto desde a confirmação do foco.

“Entendemos que o pedido do setor avícola tem fundamentação técnica pelo trabalho realizado na região, não é apenas uma questão mercadológica. Já percorremos quase 600 propriedades e até o fim da semana todas as que estão no raio de 3 km do foco terão recebido uma segunda visita,” disse Madalena. “Considerando esses resultados, é um pleito viável do ponto de vista técnico,” acrescentou ele, que é médico veterinário e coordena as equipes em Anta Gorda, Ilópolis, Relvado, Putinga e Doutor Ricardo.

Madalena reforçou que nenhuma ave apresentou sintomatologia compatível com a doença de Newcastle nas quase 600 propriedades visitadas até agora. “Está se confirmando a tendência de ser um caso isolado,” disse.

Defesas do Setor Avícola Gaúcho

O setor avícola gaúcho defende que os embargos, auto aplicados pelo Ministério da Agricultura no fim da semana passada, sejam considerados apenas para o raio de 10 km do local do foco, o que ajudaria a diminuir o impacto comercial nas demais plantas frigoríficas do Estado. A restrição mais direcionada e comedida já é adotada por alguns países, como Japão, Coreia do Sul e Israel, mas vale para o raio de 50 km de onde foi registrada a doença. Para outros destinos, as vendas externas de todo o Rio Grande do Sul estão bloqueadas.

Com o bloqueio restrito aos 10 km do raio, nenhuma planta frigorífica seria afetada, apenas as propriedades dos produtores, cuja produção pode ser redirecionada para o mercado interno.

Os frigoríficos de aves mais próximos a Anta Gorda ficam em Soledade, Arroio do Meio e Teutônia, a mais de 60 km do município onde foi confirmado o foco da DNC. A BRF também tem plantas em Marau e Lajeado, um pouco mais distantes.

Na manhã de quarta-feira (24/7), a Seapi informou que 858 propriedades rurais estão localizadas no raio de 10 km do foco confirmado em Anta Gorda, entre granjas comerciais e criações de subsistência, das quais 520 já foram vistoriadas pelos técnicos.

Barreiras Sanitárias

As barreiras sanitárias funcionam ininterruptamente em quatro pontos dentro do raio de 3 km (área perifocal) e dois locais no raio de 10 km (área de vigilância). Até o momento, foram abordados 475 veículos alvo na área perifocal e 219 na área de vigilância.

“Estamos discutindo as reduções paulatinas das barreiras, baseadas no movimento e avaliação de risco. Pelo andamento das vigilâncias, todas as propriedades deverão ser visitadas até o final da semana, assim como a segunda vigilância na área perifocal,” disse, em nota, Francisco Lopes, diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi.