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Agrimidia Informa

Doença de Newcastle: Entenda sintomas, tratamento, vacinas disponíveis e riscos para humanos

Enfermidade identificada no RS atinge aves domésticas e silvestres e obriga que todos os animais no mesmo espaço sejam sacrificados

Doença de Newcastle: Entenda sintomas, tratamento, vacinas disponíveis e riscos para humanos

Após 18 anos sem registros, o Brasil confirmou um caso de Doença de Newcastle em Anta Gorda, Rio Grande do Sul, no dia 17 de julho de 2024. Este foco de infecção, identificado em um lote de frango de corte com 34 dias, levou à implementação de medidas rigorosas para evitar a propagação do vírus.

A Doença de Newcastle é uma infecção viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, causando sintomas respiratórios, nervosos e digestivos. As aves infectadas podem apresentar anorexia, diarreia aquosa e esverdeada, espirros, corrimento nasal e ocular, dificuldade de locomoção, torção de cabeça e pescoço, e até mortalidade que pode atingir 100% do plantel. Não há tratamento específico para a doença, tornando a eliminação do lote afetado uma medida essencial para controlar o surto.

Para prevenir a doença, é crucial adotar um rigoroso programa de biosseguridade. Iara Trevisol, médica-veterinária da Embrapa Suínos e Aves, recomenda manter as aves isoladas de outras espécies e restringir o acesso de visitantes às granjas. A vacinação é uma ferramenta importante na prevenção, com vacinas vivas atenuadas e inativadas disponíveis. As vacinas vivas podem ser administradas via spray ou água de bebida, enquanto as inativadas são aplicadas por via intramuscular ou subcutânea.

O caso confirmado levou a ações imediatas, incluindo o sacrifício das 7 mil aves do plantel e a intensificação das medidas de controle em um raio de 10 quilômetros ao redor da propriedade afetada. Técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) estão fiscalizando cerca de 775 propriedades na região para identificar possíveis novos casos e reforçar as práticas de biosseguridade.

Embora o vírus possa afetar também outros animais, como répteis e mamíferos, e ocasionalmente causar conjuntivite em humanos, o risco de transmissão para pessoas é baixo e não leva a quadros graves. O consumo de carne de aves permanece seguro, pois as aves doentes são eliminadas antes de chegarem ao mercado.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e o Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) estão monitorando a situação de perto. Um relatório detalhado sobre as ações de erradicação e as medidas de controle será enviado às autoridades chinesas para buscar a normalização das exportações de carne de aves, afetadas temporariamente pela situação. A previsão é que o fluxo de exportação seja retomado dentro de 15 a 30 dias, conforme o progresso das medidas de controle e a comunicação com os importadores.

A situação ressalta a importância da vacinação e do cumprimento rigoroso dos protocolos de biosseguridade para prevenir a disseminação de doenças avícolas e garantir a saúde pública e a segurança alimentar.