A severidade das regras sanitárias para comercialização dos produtos avícolas no Brasil e no mundo exige monitoração frequente de qualidade no setor. O Centro de diagnóstico e pesquisa em patologia aviária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desenvolve sistemas de inteligência artificial para avaliar as questões de sanidade da avicultura.
Associadas a outros programas de informática, as Redes Neurais Artificiais (RNA) são ferramentas computacionais que simulam o neurônio humano para geração de critérios que vão dar suporte às diversas decisões necessárias a partir das informações já disponíveis.
Com base nos dados de gerenciamento de aves reprodutoras, de corte, incubatórios, abatedouros, foi desenvolvido um modelos matemáticos com alto grau de predição de resultados. Deste modo, é possível não só predizer resultados de uma ano para outro, como também simular as possíveis soluções para um determinado problema.
De acordo com pesquisador Carlos Tadeu Pippi Salle, um dos grandes problemas dos rebanhos aviários é a presença da Escherichia coli. Com alto potencial de infecção e transferência de resistência às drogas, a bactéria pode causar doenças graves como celulite e pericardite.
“A tecnologia já possibilita a análise da resposta imunológica que sucede as vacinações e processamento digital de imagens que calculam as defesas do indivíduo. E temos como medir a patogenicidade da Escherichia coli através da caracterização de genes por meio da virulência sem inocular animais. Esses indicadores genéticos aferem a tolerância ou sensibilidade a antibióticos, o que é fundamental num setor onde o resíduo dessas substâncias é um entrave de comercialização”, enfatiza.