O Estado de Goiás quer ser o segundo do País a conseguir o status livre de febre aftosa sem vacinação. A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) está discutindo o assunto com os pecuaristas goianos e deve apresentar a proposta ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ainda este ano. O último caso de febre aftosa em Goiás foi registrado em 1995.
Na propriedade do pecuarista Orlando Luiz Roriz, em Luziânia, a doença não é identificada há pelo menos 40 anos.
“A gente vacina mas não vê a necessidade mais. Não tem mais o risco da aftosa, podemos nos tornar livres da vacinação porque não vamos mais ter este problema”, diz Roriz.
Diante deste cenário positivo, a Agrodefesa quer entrar com pedido no Mapa para tornar o Estado mudar seu status sanitário para livre de aftosa sem vacinação. Se tiver seu pedido atendido, Goiás será o segundo Estado nesta condição, junto apenas de Santa Catarina.
“O Estado está pronto. Nós vamos ter a reunião final no dia 14 com os demais elos da cadeia para vermos se eles querem isto ou não” diz o presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira.
De acordo com o órgão de defesa agropecuária, a suspensão da vacinação pode trazer benefícios ao produtor, como a redução de custo de produção, aumento no preço da arroba e abertura de novos mercados.
“Você tem possibilidades de alcançar determinados mercados mas, ao mesmo tempo, ocorre a proibição de circulação de animais de outros Estados. Há uma série de coisas que precisam ser analisadas e cabe ao setor privado fazer esta análise para que o governo tome o rumo necessário”, aponta Nogueira.
Até hoje, apenas Santa Catarina obteve este status O Mapa explica que o processo é demorado e que o Estado requerente tem que estar dentro dos critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês).
“A área que pleitear deve apresentar medidas de prevenção que possam garantir as restrições que são estabelecidas entre essa área e aquelas com status diferenciado. É decretada a suspensão da vacinação por um período de pelo menos 12 meses para o reconhecimento. Antes ainda é preciso passar por uma avaliação de circulação de vírus sem o uso de vacina primeiro pelo Mapa e depois pela OIE”, explica o coordenador de prevenção da febre aftosa do Mapa, Plínio Lopes.
A Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás afirmou que está discutindo a proposta com o setor e deve se reunir com o governo na próxima segunda, dia 14, para tomar uma decisão formal sobre o assunto.