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Sanidade

Fazendeiros dos EUA pressionam governo Biden por vacinação contra Influenza Aviária

Fazendeiros dos EUA pressionam governo Biden por vacinação contra Influenza Aviária

Os fazendeiros dos Estados Unidos estão intensificando a pressão sobre o governo Biden para que permita a vacinação de galinhas, perus e vacas, com o objetivo de proteger esses animais da gripe aviária. A doença, que já devasta rebanhos há três anos, representa uma séria ameaça para a indústria avícola do país, que movimenta US$ 67 bilhões. Neste outono, os avicultores enfrentam um risco duplo de infecções, com a chegada de aves migratórias e a persistência de surtos entre rebanhos locais.

Desde 2022, mais de 100 milhões de galinhas e perus foram perdidos nos EUA devido ao maior surto de gripe aviária registrado no país. Fazendeiros como Marcus Rust, CEO da Rose Acre Farms, segunda maior produtora de ovos dos EUA, estão pedindo que o Departamento de Agricultura (USDA) autorize o uso de vacinas para proteger seus rebanhos. A empresa, que perdeu milhões de aves para a gripe, está até relocando instalações de criação de galinhas para áreas mais seguras, longe de zonas frequentadas por aves migratórias.

A gripe aviária também tem causado preocupações mais amplas, com infecções atingindo o gado leiteiro em 14 estados e 13 trabalhadores de fazendas de aves e laticínios contaminados neste ano, o que levanta alertas sobre os riscos à saúde humana. Grupos de produtores de ovos, perus e laticínios enviaram uma carta ao Secretário de Agricultura, Tom Vilsack, argumentando que o custo econômico justifica a vacinação. Além disso, legisladores federais pedem que o USDA acelere a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas para prevenir novos surtos.

Entretanto, Vilsack expressou preocupações sobre as implicações da vacinação nas exportações. Muitos países proíbem a importação de aves vacinadas, temendo que o uso de vacinas possa ocultar a presença do vírus, o que torna a vacinação em larga escala inviável no curto prazo.

Ainda assim, a pressão para uma solução continua a crescer. A França começou a vacinar patos contra a gripe aviária no ano passado, e a Nova Zelândia está testando vacinas em aves selvagens. Nos EUA, uma vacina contra a gripe aviária foi usada em caráter emergencial para proteger os condores da Califórnia, com resultados promissores.

A temporada de migração de aves selvagens, que vai até dezembro, continua sendo uma preocupação para os avicultores americanos. Aves migratórias, como o pato-marreco-de-asa-azul, podem carregar o vírus sem morrer, espalhando-o ao longo de sua rota até a América do Sul. O Brasil, maior exportador de frango do mundo, também pode ver mais casos de gripe aviária entre suas aves selvagens devido a essas migrações.

Especialistas afirmam que há motivos para ter esperança, já que algumas aves selvagens parecem estar desenvolvendo imunidade ao vírus. No entanto, a incerteza permanece, especialmente com os impactos contínuos no setor de ovos, onde os preços dispararam em função da perda de galinhas poedeiras.

A busca por soluções que equilibrem a proteção dos rebanhos, a manutenção das exportações e a saúde pública permanece no centro das discussões entre o governo e os produtores dos EUA.