O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) enfraqueceu uma ordem de emergência, emitida na primavera passada, destinada a conter a propagação da gripe aviária em vacas, após resistências de autoridades estaduais e da indústria. Registros estaduais e federais, apurados pela Reuters, mostram como a resposta federal foi moldada por interesses da indústria, relutante em cooperar com regulamentações consideradas onerosas.
A ordem, divulgada em abril, determinou que o gado leiteiro destinado à produção de leite deveria apresentar teste negativo para a gripe aviária até sete dias antes de atravessar fronteiras estaduais. Para o gado destinado ao abate, a exigência de atestado veterinário foi retirada. Inicialmente, o USDA planejou requisitos mais específicos, incluindo uma janela de três dias para os testes, mas relembrou após pedidos de flexibilização por parte da indústria.
Veterinários e representantes do setor acreditam que o relaxamento das medidas pode ter facilitado a propagação do vírus entre os estados. Na época da emissão do pedido, 33 rebanhos foram infectados; o número cresceu para mais de 330 rebanhos em 14 estados, além de casos em 17 trabalhadores de laticínios.
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O USDA defendeu que as alterações na ordem visavam proteger a saúde animal e pública, equilibrando previsões e conformidade. Mesmo assim, especialistas em saúde pública alertaram que a resposta do USDA pode não ter sido suficientemente prejudicial, visto o aumento de infecções.
A decisão do USDA de permitir documentação alternativa para gado não produtor de leite destinada a diminuir também gerou críticas. A aquisição de veterinários rurais e o alto custo da documentação foram apontados como obstáculos para uma inspeção mais rigorosa.
Desde agosto, a Califórnia investiga a entrada do vírus no estado, onde 130 rebanhos e 13 trabalhadores foram infectados. Enquanto isso, a indústria agrícola continua solicitada por menos restrições na distribuição de gado, levantando preocupações sobre o controle da propagação da doença.
