Entre 16 de março e 14 de junho de 2024, a Europa observou uma significativa melhoria na situação da gripe aviária, com uma redução no número de casos registrados. Essa melhora pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo imunidade adquirida por algumas espécies de aves selvagens, esgotamento de certas populações, redução da contaminação viral ambiental e diminuição na detecção de aves selvagens mortas.
Aves Domésticas:
- Foram relatados 15 surtos de HPAI em aves domésticas em 2 países europeus: 8 surtos de A(H5N1) na Hungria e 7 surtos de A(H5Nx) na Bulgária.
- Esse número é consideravelmente menor comparado aos 173 surtos registrados no mesmo período do ano epidemiológico anterior, sendo o menor desde 2019.
- Aproximadamente 1 milhão de aves morreram ou foram sacrificadas devido aos surtos.
Aves Selvagens:
- No mesmo período, houve 24 detecções de vírus A(H5N1), 1 A(H5N5) e 2 A(H5Nx) em países como Alemanha, Polônia, Reino Unido, Bulgária, Dinamarca, França, Letônia, Moldávia, Noruega, Romênia, Eslovênia e Espanha.
- O número total de detecções (27) foi cerca de 16 vezes menor do que no período de relatório anterior.
- Apenas 3 aves marinhas reprodutoras de colônias foram afetadas, sugerindo que os vírus HPAI estavam circulando em níveis baixos, sem causar eventos de mortalidade em massa.
Situação Fora da Europa
América do Norte:
- A maioria dos surtos de HPAI continuou concentrada nos EUA.
- O novo genótipo B3.13 do vírus A(H5N1) foi identificado em mamíferos e em mais de 130 fazendas leiteiras.
Ásia:
- A situação se intensificou, com novos relatos de HPAI em aves domésticas e selvagens na Índia e no Iraque.
- A China registrou detecções preocupantes devido à migração de outono para a Europa.
Austrália:
- Pela primeira vez em muitos anos, a Austrália foi afetada por três subtipos diferentes do vírus HPAI: A(H7N3), A(H7N8) e A(H7N9).
Infecções em Mamíferos
Durante o período do relatório, foram confirmadas as primeiras detecções naturais do vírus HPAI em espécies como alpaca, gado e morsa. Na Europa, mamíferos carnívoros ou necrófagos, como gatos, lontras e raposas, continuaram a ser afetados em números baixos.
Casos Humanos
Casos esporádicos de gripe aviária zoonótica A(H5N1), A(H5N6) e A(H9N2) foram relatados fora da Europa. Houve também um terceiro caso humano de infecção pelo vírus A(H10N3) e a primeira infecção humana confirmada com o vírus A(H5N2).
Recomendações
Especialistas enfatizaram a importância de aumentar a vigilância da gripe aviária com a aproximação da próxima temporada de gripe. O risco para o público em geral permanece baixo, mas a vigilância contínua é essencial para prevenir surtos e garantir a segurança das populações avícolas e humanas.