O surto de gripe aviária H5N1 tem causado grandes prejuízos às fazendas leiteiras da Califórnia, o maior produtor de leite dos Estados Unidos. Desde agosto, mais de dois terços das propriedades leiteiras do estado foram atingidos, com 660 das 984 fazendas infectadas pelo vírus, segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) nesta segunda-feira (23/12).
A Califórnia, responsável por 18% da produção nacional de leite, registrou uma produção de 18,6 bilhões de litros em 2023, mas a crise ameaça a continuidade desse desempenho. Além disso, metade dos 65 casos humanos de infecção pelo H5N1 registrados nos EUA neste ano ocorreu entre trabalhadores das fazendas californianas, o que levou o governador Gavin Newsom a declarar estado de emergência em meados de dezembro.
Concentração e disseminação acelerada
Especialistas identificam a concentração das propriedades leiteiras no Vale Central como um fator decisivo para a rápida propagação do vírus. O movimento constante de caminhões de transporte de leite, bezerros e trabalhadores tem facilitado a disseminação. O USDA acredita que equipamentos de ordenha e roupas contaminadas sejam os principais vetores de transmissão, mas admite a necessidade de mais estudos para compreender plenamente o surto.
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Rigor na testagem e novas medidas de controle
A Califórnia tem liderado com medidas rigorosas de testagem em todas as suas fazendas leiteiras, embora até recentemente não houvesse exigências federais para testar leite não processado em busca do vírus. Foi somente em dezembro que o USDA implementou uma campanha nacional de monitoramento. Apesar dos esforços, o surto não apresenta sinais de desaceleração.
A situação expõe desafios no manejo de biossegurança e reforça a necessidade de estratégias mais efetivas para conter surtos de doenças zoonóticas. A continuidade da produção leiteira e a segurança dos trabalhadores estão no centro das preocupações do setor, que enfrenta uma crise sem precedentes.
