A partir de novembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) começará a testar leite cru a granel em estados com surtos de gripe aviária em gado leiteiro, com a meta de rastrear e conter o vírus que tem se disseminado rapidamente, especialmente na Califórnia, onde quase 200 rebanhos testaram positivo desde agosto. A medida ocorre após pressões de grupos de pecuária e veterinários que consideram as estratégias anteriores insuficientes para controlar o avanço da doença.
Tom Vilsack, secretário de Agricultura dos EUA, informou que após as verificações iniciais, os testes serão estendidos para estados que ainda não detectaram o vírus em rebanhos leiteiros. Essa ação visa reduzir a taxa de contágio, pois a gripe aviária já afetou quase 400 rebanhos leiteiros em 14 estados e infectou 36 pessoas, segundo dados do USDA e do CDC. Especialistas em saúde alertam que o risco de mutações virais aumenta com a possibilidade de coinfecção entre gripe aviária e sazonal.
Medidas anteriores, como a obrigatoriedade de testes em animais transportados entre estados e subsídios para testes voluntários, não tiveram ampla adesão. Apenas 64 fazendas se inscreveram no programa voluntário de testes, um número insuficiente para o controle eficaz da doença, conforme apontado por Keith Poulsen, diretor do Laboratório de Diagnóstico Veterinário de Wisconsin.
A Associação de Saúde Animal dos EUA e a Associação Americana de Praticantes Bovinos (AABP) reforçaram recentemente a urgência de um plano de vigilância coordenado entre estados e setores pecuários. Propostas incluem testes semanais de caminhões-tanque de leite e maior integração de dados para rastrear focos de contaminação. Essas organizações defendem que a estratégia atual de contenção é limitada e que novas ações devem ser adotadas para mitigar a disseminação do vírus entre rebanhos e preservar a saúde pública.