Diante da confirmação do foco de febre aftosa no Paraguai, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu adotar novas medidas preventivas. Depois de anunciar ações como aumento do contingente de fiscais federais e estaduais na região de fronteira e colocação de barreiras volantes para promover fiscalizações do trânsito de animais e produtos, a pasta determinou a suspensão temporária das importações de animais vivos e produtos in natura provenientes do Paraguai. A categoria de processados não sofreu restrições.
A medida afeta principalmente as compras de carne bovina e suína, os dois tipos que o Brasil mais importa do Paraguai. Apenas de carne bovina, o Brasil adquiriu 6,7 mil toneladas (6.750.054 quilos) em 2010, um valor que soma US$ 34,6 milhões (US$ 34.646.480). Até julho deste ano, 5,5 mil toneladas (5.525.183 quilos) de carne bovina foram importadas do país vizinho, totalizando US$ 29,1 (US$ 29.167.508) milhões.
“Embora o caso tenha sido a região central do Paraguai , nos Estados que são fronteiriços, estamos adotando todas as ações de cautela e providência que precisamos, em conjunto com o Ministério da Defesa e com os governos estaduais”, afirmou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, após reunião realizada nesta terça, dia 20, com autoridades para debater o assunto.
Com o objetivo de contribuir para a erradicação da febre aftosa no continente, as autoridades brasileiras se colocaram à disposição do Paraguai para colaborar tecnicamente e ajudar na execução das medidas a serem desenvolvidas para erradicação dos focos.
“O Brasil está à disposição do Paraguai e de outros países da fronteira para o que for necessário para ajudar a superar essa situação. Se necessário, a gente pode avaliar isso”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz.
O setor produtivo está otimista quanto às decisões tomadas pelo governo para evitar que a doença chegue ao Brasil.
“Acreditamos que vai ficar o tema restrito ao Paraguai, que vai ter que fazer o dever de casa optando pelo sacrifício de animais ou pelo isolamento deles”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.
Na reunião realizada nesta terça, também ficou definida a permanência em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, do laboratório do Ministério da Agricultura responsável pelos testes das vacinas contra a febre aftosa. As indústrias haviam pedido o deslocamento do laboratório, que existe há mais de 30 anos, para a região processadora de carnes.