A fim de alavancar o comércio de produtos agropecuários, representantes dos ministérios da Agricultura de países do Mercosul e da Aliança do Pacífico decidiram nesta terça-feira (5) criar um grupo de trabalho para harmonizar normas sanitárias e fitossanitárias entre as nações. O encontro foi promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.
A reunião, presidida pela ministra Kátia Abreu, teve presença de representantes da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Equador e do ministro da Agricultura e Terra da Venezuela, José Luis Berroteran. Os países aceitaram por unanimidade formar o grupo de trabalho, que deverá apresentar seus resultados durante reunião em agosto promovida pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), no México.
Kátia Abreu afirmou durante o encontro que o ministério trabalha para eliminar barreiras não-sanitárias no comércio exterior e destacou a importância de se reduzir a burocracia. “O papelório, os carimbos, não podem ser instrumento para impedir comércio”, disse.
“Temos as nossas diferenças e dificuldades, mas precisamos harmonizá-las. É da maior importância resolvermos os problemas dentro de casa para facilitarmos negociações externas. Hoje no Ministério da Agricultura não temos a menor intenção, a menor motivação de resistir às importações criando barreiras sanitárias. As barreiras sanitárias que nós impusemos são verdadeiras, mas todas podem ser resolvidas com diálogo e harmonizando nossos processos”, afirmou a ministra durante a reunião.
Os participantes decidiram ainda trabalhar para integrar as bases de dados dos países com informações sobre a cadeia produtiva de suas propriedades rurais. A intenção é criar uma ferramenta única – similar à Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), do Mapa – a fim de garantir mais controle, transparência e credibilidade dos sistemas agropecuários.
“Isso gera transparência, e tudo que gera transparência gera confiança para os exportadores e para nossos consumidores”, afirmou Kátia Abreu.
Comércio
Para a ministra, o Mercosul deve ter “pressa” para alavancar o comércio com os demais blocos. Atualmente, a Aliança do Pacífico tem 48 acordos comerciais em vigor com outros países, a União Europeia, 39, enquanto o Mercosul, apenas 8.
“Nós precisamos nos apressar, estar atentos a essas oportunidades, que podem ser únicas”, disse Kátia Abreu, destacando que o “grande foco” do Mercosul deverá ser a União Europeia.
“Agora que o Brasil preside o bloco, renovam-se as esperanças de enfrentarmos dificuldades externas e internas a fim de que nossos produtos possam chegar a outros continentes”, explicou.
A reunião dos representantes do Mercosul e da Aliança do Pacífico antecede o lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária, para o qual os países foram convidados. O plano, que abrange diversas ações na área de sanidade vegetal e animal, pretende contribuir para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro, garantir segurança alimentar e acesso a mercados.
O lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuário será nesta quarta-feira (6), às 10h, no Palácio do Planalto.