A Associação Ucraniana de Criadores de Porcos (UAAS) afirmou que o clima de alarme em torno da Peste Suína Africana (PSA) pode ser exagerado e manipulado. Embora a Associação de Processadores de Carne tenha previsto uma perda de até 50% dos suínos do país, os criadores argumentam que a situação está longe de ser catastrófica. Até agora, foram registrados 67 surtos de PSA na Ucrânia em 2024, um aumento de 46% em relação ao ano anterior, mas bem abaixo dos 166 surtos que ocorreram no auge da doença em 2017.
Causas e Consequências dos Surtos de PSA
Segundo Oksana Jurchenko, presidente da UAAS, fazendas menores, como as administradas por escolas e prisões, que ainda utilizam restos de alimentos para a alimentação dos porcos, facilitam a disseminação da PSA. Além disso, o crescimento de criadores inexperientes no setor intensificou os surtos. Com os baixos preços dos grãos em meados de 2024, muitos agricultores voltaram a investir na criação de suínos, estabilizando a população em torno de 5,2 milhões de cabeças – um número próximo ao nível pré-guerra.
No entanto, a pressão econômica crescente e o aumento gradual nos preços dos alimentos estão afetando muitos desses criadores. Alexander Golizdra, da KSG Agro, afirmou que esses fatores, juntamente com os surtos de PSA, podem levar muitos produtores à falência.
Processadores de Carne Permanecem Pessimistas
A Associação Ucraniana de Carnes prevê dificuldades para a indústria suína, alertando que a queda no número de suínos poderia resultar em um aumento expressivo no preço da carne suína, de UAH 190–200 para até UAH 300 por quilo. Além disso, a falta de dados precisos sobre as perdas reais dificulta a avaliação da situação, uma vez que muitos produtores evitam reportar os surtos para não sofrerem restrições.
Perspectivas para o Setor
Com o término do pico sazonal de PSA previsto para novembro, Jurchenko recomendou cautela quanto às previsões de declínio drástico na produção de suínos. A dirigente destacou que, apesar das pressões, o setor ainda está operando, e que previsões apocalípticas podem não refletir a realidade do mercado suíno na Ucrânia.
Fonte e referência: Pig Progress