A recente decisão da Rússia em suspender a compra de carne suína de 18 frigoríficos brasileiros que utilizam a ractopamina na produção de carne, levou a uma indagação recorrente na imprensa e nas redes sociais: essa substância afeta a saúde do ser humano? Qual seu papel na indústria da carne?
O diretor técnico do Instituto Catarinense de Defesa Agropecuária (ICASA), médico veterinário Gerson Catalan, esclarece que a ractopamina é utilizada pelos países mais avançados e não representa qualquer perigo ao consumidor.
Por que se utiliza ractopamina na produção de carne suína? Trata-se de um promotor de crescimento?
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A Ractopamina não é um promotor de crescimento e sim um repartidor de energia. Atua principalmente na conversão alimentar (menor consumo de alimento para produzir um quilograma de carcaça), no ganho de peso diário (atinge o peso desejado de abate mais cedo) e faz com que a carcaça do suíno tenha um menor percentual de gordura, ou seja, traz benefícios econômicos ao produtor e carne com menor percentual de gordura que é mais saudável para o consumidor.
Só atua em suínos ou em toda pecuária intensiva?
A sua maior utilização é em suínos, com início do uso no final da década de 1990. Mas, há produto específico para bovinos confinados desde 2004.
Desde quando vem sendo empregada a ractopamina no mundo?
Na década de noventa houve incremento em seu uso.
Quais os principais países desenvolvidos que a utilizam?
Estados Unidos e Canadá, que são grandes exportadores de carne suína.
Ela causa algum malefício ao ser humano?
Não há nenhuma comprovação de que o uso do produto possa fazer mal ao ser humano.
Por que é proibida em alguns países?
Os países que fazem restrição ao seu uso seguem o que a União Européia preconiza. Na prática, é a não comprovação de possíveis malefícios é que os levam a não utilizar.
O consumidor brasileiro pode ficar tranquilo: a carne produzida com o uso de ractopamina é absolutamente saudável?
Sem dúvida, podem ficar tranquilos. Não há comprovação que possa fazer mal ao ser humano. Importante ressaltar que os Estados Unidos, país com muita tecnologia e alto nível cultural, consomem a carne de suínos que foram alimentados com o produto, sem nenhuma restrição, sendo um indicativo que o consumidor brasileiro não deve ter esta preocupação.
