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Saúde Animal

RS sem aftosa

Produtores do RS querem área livre de aftosa sem vacina. Qualificar a defesa sanitária e estender os sistemas de rastreabilidade são essenciais nesta conquista.

RS sem aftosa

Melhorar a situação sanitária a ponto de transformar o Rio Grande do Sul em zona livre de febre aftosa sem vacinação é uma das grandes metas do setor primário, que pretende também erradicar a tuberculose e a brucelose. A direção foi apontada ontem pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi.

Ele participou, ao lado de representantes do Ministério da Agricultura e do presidente da Fiergs, Heitor Müller, de um encontro em que os presidentes das associações nacionais de produtores de carne bovina, suína e avícola detalharam as carências do setor primário e indicaram alternativas para o fortalecimento da produção de carne no Estado.

As propostas feitas pelos produtores devem intensificar a atividade agroindustrial no Estado o que, na avaliação de Müller, ajudará a reduzir as desigualdades regionais. “A importância da agroindústria é absoluta. Uma das minhas bandeiras na presidência da Fiergs será a industrialização da matéria-prima gerada no campo. É uma vocação do Estado”, disse ele.

Um trabalho que, segundo o secretário da Agricultura, complementa o que vem sendo desenvolvido pelo governo, que reativou câmaras temáticas setoriais. “A câmara das carnes deverá definir, neste ano, uma agenda estratégica para cada cadeia produtiva, para que possamos elevar a situação sanitária, aumentar a qualidade do nosso produto e ganhar volume de produção. Isso nos dará competitividade para disputar mercado”, afirmou o secretário.

De acordo com Mainardi, o Estado busca maneiras de melhorar as defesas sanitárias e estender a adoção dos sistemas de rastreabilidade para possibilitar a suspensão da vacina contra a aftosa. Isso permitirá, segundo ele, que o Rio Grande do Sul seja o primeiro estado brasileiro a erradicar a tuberculose e a brucelose nos rebanhos. O secretário detalhou, ainda, que está em negociação um convênio com o Ministério da Agricultura para reequipar a estrutura de defesa agropecuária. O acordo irá destinar recursos tanto para a compra de móveis, equipamentos e veículos, quanto para a capacitação de fiscais.

No encontro, os representantes das cadeias produtivas debateram os motivos da sobra de arroz no Estado e da falta de milho, que precisa ser importado do Centro-Oeste. Para o presidente da União Brasileira da Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, o Rio Grande do Sul não precisa reduzir a lavoura orizícola, mas deve dar mais atenção à produção de milho, que é insumo básico para a produção de frangos e suínos. “Temos vocação para a agroindústria, mas estamos perdendo espaço”, afirmou. O líder da avicultura nacional apontou a necessidade de criação, por parte dos governos federal e estadual, de programas específicos para a modernização das granjas. Segundo ele, o Estado, assim como Santa Catarina, possui estruturas antigas e os problemas de manejo de energia e de água são avaliados negativamente pelas missões internacionais de importadores.

Turra indicou, ainda, a necessidade de melhorar a capacitação dos fiscais e dos laboratórios responsáveis pelas inspeções sanitárias no Rio Grande do Sul. Esta deficiência, disse ele, foi um dos fatores considerados na inclusão de frigoríficos gaúchos no embargo russo.