Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Saúde Animal

São Paulo busca certificação de área livre de peste suína

Estado quer o status de "área livre de peste suína clássica", no entanto, produtor e governo costuram um acordo vantajoso para que a situação se concretize.

São Paulo busca certificação de área livre de peste suína

A partir de 2015, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) passará a certificar os países, ou áreas dentro de países, como livres de peste suína clássica (PSC). Tal reconhecimento de área livre de PSC favorece o acesso da carne suína aos mercados mais competitivos do mundo. O Estado de São Paulo quer esta certificação junto a OIE. De acordo com Heinz Otto Hellwig, coordenador da Defesa Agropecuária, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é importante o apoio do produtor para que a situação se concretize. “Em nosso entendimento deveremos reformular os convênios com a iniciativa privada para nos auxiliar nessa árdua tarefa”, afirma o coordenador. Suinocultura Industrial questionou Hellwig sobre as ações que devem ser implementadas e as principais dificuldades para atingir o status  de “área livre de peste suína clássica”. As respostas você confere a seguir:

SI – Que ações e/ou medidas produtores e representantes da suinocultura paulista devem planejar para que SP obtenha o status de “área livre de peste suína clássica”?

Hellwig- De acordo com a norma interna (NI 05/2009) do Ministério, as principais medidas são a vigilância ativa e passiva no rebanho suíno.  Na vigilância ativa (com ações especificas da verificação ou não da circulação viral nas propriedades) citamos: a vigilância sorológica bianual nas criações de subsistência e semestral nas granjas de reprodutores suídeos certificadas (GRSC); colheita de amostras de sangue para exame sorológico de peste suína clássica (PSC) nas granjas comerciais com aumento de mortalidade, nas granjas com achados de lesões hemorrágicas nas carcaças e de reprodutores descartados de granjas comerciais ou GRSC no abate. Soma-se a isso, a fiscalização do trânsito; atendimento às notificações de suspeitas de doenças hemorrágicas; fiscalização em áreas de risco; coibição do uso de restos de alimentos humanos e a educação sanitária, por meio de palestras, reuniões e divulgação das medidas sanitárias. A atualização anual dos cadastros das granjas também é importante.

SI – Quais as principais dificuldades para que essa certificação seja, de fato, efetivada?

Hellwig – As ações citadas são na maioria de execução do serviço oficial de defesa agropecuária, mas é importante o apoio do produtor. Em nosso entendimento deveremos reformular os convênios com a iniciativa privada para nos auxiliar nessa árdua tarefa.

SI – De que forma esta certificação irá contribuir com a cadeia de suínos de SP?

Hellwig – A principal finalidade é facilitar as exportações e a manutenção do status de livre de PSC com reconhecimento internacional através da OIE e, com isso, colaborar com a ampliação do mercado externo de carne suína e manter os mercados já conquistados.

SI – Existem outras ações da Defesa Agropecuária da Secretaria Estadual de Agricultura de SP que atingem diretamente a suinocultura? Quais são elas?

Hellwig – O combate a Doença de Aujeszky para obter o status de área livre, vigilância destinada ao reconhecimento e contenção de novas ameaças, como a PED (diarréia epidêmica dos suínos) e a PRRS (síndrome respiratória e reprodutiva), que levam sérios prejuízos aos produtores. Queremos frisar que outras patologias antigas, como a cisticercose, têm nos preocupado devido ao aumento das criações de subsistência e do volume de suínos produzidos sem critérios de biosseguridade e muitas vezes sem o mínimo de higiene. Outra preocupação é com o aparecimento de suídeos asselvajados. Temos dedicado uma grande importância à educação sanitária, tendo como principal ação levar informações úteis ao produtor, sempre com a finalidade de prevenir e assegurar a saúde do rebanho suíno paulista.

Posição do Suinocultor Paulista
Suinocultura Industrial fez contato com a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) para discutir o tema. Segundo Valdomiro Ferreira Junior, presidente da entidade, reuniões estão programadas junto a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo para que um acordo seja costurado entre governo e suinocultor, desta forma, favorecendo a suinocultura paulista.