Santa Catarina celebra 17 anos desde o reconhecimento internacional como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa). O status sanitário diferenciado, obtido em 2007, foi fundamental para que o estado se consolidasse como o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, abrindo portas para os mercados mais exigentes e competitivos do mundo.
A obtenção do status de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação assegura a Santa Catarina uma posição de destaque na exportação de carne suína e bovina. Atualmente, os produtos catarinenses são comercializados em mais de 150 países, com os embarques de produtos de origem animal representando 38% do comércio internacional do Estado.
O governador Jorginho Mello ressaltou a importância do certificado. “A segurança dos nossos rebanhos é o diferencial que colabora para a conquista de mercados nacionais e internacionais. O setor agropecuário é estratégico para a economia de Santa Catarina e por isso vamos continuar investindo nesse grande trabalho feito pela Cidasc e em toda a cadeia de produção”, frisou.
“Esse reconhecimento é resultado do trabalho de longo prazo de produtores, técnicos públicos e privados, cooperativas e indústrias, que tiveram visão de futuro e agora Santa Catarina colhe os frutos com produtos de excelência. Esse status é mantido pelo compromisso do nosso Estado e dos produtores com a vigilância e com as medidas de prevenção. Temos um sistema de Defesa Agropecuária de alta credibilidade por meio da Cidasc, somos referência nacional e internacional em sanidade e atendemos os mercados mais exigentes”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto.
Santa Catarina foi pioneira na erradicação da Febre Aftosa no Brasil. O combate à doença começou em 1952, após a criação da Secretaria da Agricultura e a implantação do Serviço de Defesa Sanitária Animal. A vacinação dos bovinos foi mantida até o ano 2000, onde a participação de vacinadores do Programa Agulha Oficial foi fundamental para que a doença não fosse mais identificada em propriedades de Santa Catarina. O último foco de Febre Aftosa em Santa Catarina foi registrado em 1991, e o último caso oficialmente registrado no Estado foi em 1993, em animais provenientes de fora do território catarinense.
O marco histórico aconteceu em 25 de maio de 2007, quando representantes do Governo do Estado receberam, em Paris, o certificado de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação durante a 75ª Assembleia Geral da antiga OIE (atual Omsa). Desde então, Santa Catarina se mantém sem focos da doença, alcançando 31 anos sem registros.
31 anos sem um foco da doença
O último foco de febre aftosa em Santa Catarina ocorreu em 1993 e a partir de 2000 foi suspensa a vacinação contra a doença. O marco histórico aconteceu em 25 de maio de 2007, quando representantes do Governo do Estado receberam, em Paris, o certificado de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação durante a 75ª Assembleia Geral da antiga OIE (atual Omsa). Desde então, Santa Catarina mantém-se sem focos da doença, alcançando 31 anos sem registros.
A presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Celles Regina de Matos, destacou o trabalho contínuo e dedicado que levou à manutenção desse status sanitário por 17 anos. “O trabalho incansável realizado há décadas em Santa Catarina, resultado de ações importantes do Governo, Secretaria da Agricultura e Pecuária, e do profissionalismo de todos os médicos-veterinários e demais técnicos da Companhia junto aos produtores rurais, além de entidades públicas e privadas ligadas ao setor produtivo, resultou na conquista do certificado internacional de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Podemos afirmar que Santa Catarina é parte da elite sanitária no mundo. Esta conquista nos tornou o estado que mais produz e exporta carne suína no Brasil e vendemos para os mercados que melhor remuneram, como Japão e Coreia do Sul, por conta desta sanidade animal”, comemorou.
Manutenção do status sanitário
A Cidasc é o órgão oficial responsável pela defesa agropecuária em Santa Catarina, e empenha-se, diariamente, para que o status sanitário de excelência seja mantido, por meio de programas de sanidade animal, do serviço de inspeção de produtos de origem animal e da fiscalização agropecuária realizada nos 56 postos de fiscalização fixa, que a companhia mantém na fronteira com a Argentina e nas divisas estaduais, que funciona o ano inteiro, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para garantir um dos maiores patrimônios do Estado: a sanidade agropecuária de Santa Catarina. Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados.
“A rastreabilidade é uma ferramenta poderosa para as ações em Defesa Sanitária Animal, com a possibilidade de identificarmos as movimentações dos animais de forma individualizada, podendo-se saber ‘por onde’ cada animal passou e onde pode ter contraído ou ‘deixado’ alguma doença. Todo esse processo traz resultados positivos, podemos aplicar ao controle das doenças, também vem se estabelecendo como importante fator na disputa por mercados, e, novamente, Santa Catarina já está um passo à frente”, comenta Celles.
Em Santa Catarina não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados que não tenham o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Para que os produtores tragam bovinos, ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.
O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina. Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que seja notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).
Saiba mais sobre a zona livre de febre aftosa
A primeira Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação foi implantada em 1998 e envolveu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 2000 e 2001, foram registradas reintrodução do vírus da Febre Aftosa no Rio Grande do Sul, que decidiu pelo retorno da vacinação, já Santa Catarina reforçou a fiscalização nos Postos de Fiscalização Agropecuários, nas divisas e se manteve no propósito de erradicar a doença e não vacinar o rebanho. Em 2007, a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) reconheceu a Primeira Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação do país – o Estado de Santa Catarina, que se mantém até hoje.
O mês de maio, conforme a Lei Estadual n.º 18.825, de 09 de janeiro de 2024, é dedicado à Promoção da Saúde dos Animais de Produção e dos Vegetais, em Santa Catarina, e se deve muito ao marco da certificação da Febre Aftosa, em Santa Catarina. E da estrutura, que o governo mantém (profissionais, laboratórios, equipamentos especializados, postos fixos de fiscalização agropecuários, educação sanitária realizada nas escolas e nas universidades), que a Certificação de Zona Livre de Febre Aftosa seja mantida e os negócios da pecuária catarinense continuem prósperos e exemplares. Para encerrar a programação, no dia 27 de maio (segunda-feira), às 08h, a Cidasc promoverá o Fórum Anual de Febre Aftosa, no auditório da Defesa Civil de Santa Catarina, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina. O evento é voltado para toda a sociedade.
:: Lei Estadual n.º 18.825, de 09 de janeiro de 2024
Sobre a Omsa
Organização Mundial de Saúde Animal, conhecida anteriormente como OIE (devido a ter sido fundada em 1924 com o nome Office International des Epizooties), passou a assumir como acrônimo Omsa ou, em inglês, Woah (World Organisation for Animal Health).