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Saúde Animal

Serviço Veterinário do RS simula foco de peste suína para treinar técnicos

A capacitação começou com o recebimento, pelos participantes, de um formulário com as informações do local onde teria sido identificado o sinal clínico compatível à doença.

Serviço Veterinário do RS simula foco de peste suína para treinar técnicos

Em continuidade ao simulado de emergência em focos de Peste Suína Clássica (PSC), a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio está realizando, durante esta semana, a etapa prática do treinamento, que acontece na cidade gaúcha de Aratiba. O município é o oitavo maior produtor de suínos do Estado, com uma produção anual de cerca de 70 mil animais.

A capacitação começou com o recebimento, pelos participantes, de um formulário com as informações do local onde teria sido identificado o sinal clínico compatível à doença. A partir destes dados começa a ser executado o Plano de Contingência, previsto na Instrução Normativa nº. 27/2004, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e que contém um conjunto de ações que visam impedir a disseminação e erradicar a doença.

No primeiro dia de trabalho, o grupo foi dividido em equipes de epidemiologia, rastreamento, educação sanitária, laboratório, taxação, sacrifício, trânsito e biossegurança. Após a interdição da propriedade onde foi identificado o foco, foi estabelecida uma barreira sanitária no raio de três quilômetros do local. A barreira de 24h começou às 9h da terça-feira (11) e foi encerrada na manhã de ontem com um total de 296 veículos fiscalizados. A atividade, que teve apoio da Brigada Militar, é uma medida preventiva para impedir a saída do vírus da área infectada. Apesar de fazer parte do simulado, no local foi realizada a vistoria e desinfecção real de todos os veículos.

Durante a operação também foram realizadas ações de educação sanitária. Entre elas, uma palestra para alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Roque, na localidade de Pio X, interior de Aratiba. Segundo o diretor da Escola, Edison Sfredo, a maioria dos produtores tem filhos nas escolas do município e com a palestra os alunos vão levar as informações até os pais, multiplicando assim, de forma rápida, o conhecimento sobre a doença.

Nas atividades de campo até o momento foram encontradas quatro propriedades que teriam animais infectados com a PSC. Se esse fosse um caso real, considerando a área de três quilômetros de cada um dos locais de foco, a doença já teria atingido cerca de 30 mil animais. A estimativa é que, até a sexta-feira (14), quando se encerra o treinamento, cerca de 70 propriedades da região sejam visitadas.

Para o produtor Ademir Lazarotto, que tem uma propriedade na localidade de Esperança Alta, também no interior de Aratiba, é importante que ocorram esses treinamentos para que todos – técnicos e produtores – estejam preparados para conter a doença. “Assim, a gente fica mais atento às doenças e evita um grande transtorno que seria a ocorrência de uma peste dessas”, diz o produtor que trabalha com terminação de suínos e continha no dia da visitação 220 leitões na propriedade. Destes foram coletadas amostras de sangue de cinco animais para serem levadas ao laboratório.

Conforme a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Seapa, Ana Carla Vidor, o objetivo do trabalho é qualificar o Serviço Veterinário Oficial (SVO) para a ação rápida e eficiente na ocorrência de um foco. “O treinamento possibilita que sejam tomadas as medidas necessárias para a efetiva contenção da disseminação da doença. Quanto mais capacitado estiver o SVO, mais rápido os técnicos conseguem agir e assim menos propriedades seriam infectadas. O resultado é um menor prejuízo aos produtores e o re-estabelecimento, o mais ágil possível, da condição sanitária do Estado”, explica a médica-veterinária que também participou como treinanda do simulado.

O treinamento

O Simulado de emergência faz parte de um convênio com o Mapa e tem apoio do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). Participaram da capacitação 40 médicos veterinários e 15 auxiliares das Inspetorias de Defesa Agropecuária (IDA), de diferentes regiões do Estado. Esse tipo de treinamento acontece anualmente com foco em diferentes espécies.

A PSC

A Peste Suína Clássica é uma doença altamente contagiosa, mas o Rio Grande do Sul faz parte da zona livre de PSC desde 1991. Os principais sintomas da doença são febre alta, paralisia das patas traseiras, manchas roxas pelo corpo, morte súbita, abortos, diminuição do consumo de água e alimentação e hemorragias. Em caso de suspeita da Peste Suína o produtor deve comunicar imediatamente a IDA mais próxima.