A Influenza A é uma infecção respiratória viral de constante preocupação na suinocultura, podendo causar surtos com impactos econômicos consideráveis por afetar diretamente os resultados zootécnicos da granja. Altamente mutagênico, este vírus tem uma alta taxa de transmissão, acometendo não somente suínos, mas humanos e outros mamíferos. Os sintomas em suínos incluem febre, tosse e dificuldade respiratória e, a vigilância e o controle da doença são pontos-chaves para evitar a propagação e proteger a saúde animal e humana.
A história do vírus Influenza A na suinocultura está diretamente ligada a interação entre animais e humanos, além da capacidade do vírus de circular entre diferentes espécies. A Influenza A é um vírus de RNA segmentado e tem várias subtipificações com base em duas proteínas de superfície: hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). Dezoito subtipos de HA na influenza A foram identificados (H1–H18), dos quais os subtipos H1 e H3 estão atualmente circulando em populações de aves, humanos, suínos, cães e cavalos (TREGONING et al., 2018; TROVÃO et al., 2024).
Os vírus influenza dos subtipos A/H1 e A/H3 circulam em aves selvagens, que são consideradas o reservatório natural do agente. Durante o século XX, os influenza A/H1 e A/H3 frequentemente passaram de um hospedeiro para outro, estabelecendo múltiplas linhagens geográficas e específicas do hospedeiro. Vírus humanos foram transmitidos dezenas de vezes para suínos, estabelecendo várias linhagens suínas de H1N1, H1N2 e H3N2 de evolução independente em vários continentes. Mais recentemente, um vírus H1N1 migrou de suínos para humanos e causou a pandemia de H1N1 de 2009, com subsequentes eventos de zoonose reversa infectando novamente suínos de vários continentes e países, incluindo o Brasil (Figura 1) (TROVÃO et al., 2024).