Redação SI 25/10/2005 – O vice-governador e secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, disse ontem na Assembléia Legislativa que a aftosa em suínos e a gripe do frango, duas doenças que ainda não chegaram à região, preocupam mais que as suspeitas de que bovinos paranaenses contraíram o vírus. “Isso me preocupa muito porque somos grandes produtores e exportadores de suínos, que não são vacinados e são bem mais importantes para a economia do Estado”. Pessuti lembrou que não há confirmação das suspeitas de focos no Estado, e que o gado em observação teve contato com animais vindos de Eldorado (MS), onde o caso que gerou a crise foi confirmado no dia 10. Ele criticou o governo do Mato Grosso do Sul por não ter alertado o Paraná sobre as suspeitas quando elas estavam ainda sendo investigadas.
As barreiras impostas por outros Estados, como Santa Catarina e São Paulo, com a proibição de entrada até de produtos industrializados do Paraná, como leite condensado e leite em pó, foram os pontos mais abordados pelo vice-governador. No fim da apresentação na Assembléia, ele recebeu uma ligação de São Paulo e comunicou que as barreiras no vizinho seriam flexibilizadas.
Mesmo antes das prováveis confirmações de focos locais, Pessuti informou que o Fundo de Desenvolvimento Pecuário (Fundepec), administrado por 11 instituições privadas, deverá ser usado para ajudar a indenizar os pecuaristas que tiverem de sacrificar o rebanho. O fundo acumula hoje R$ 20 milhões, sendo R$ 14 milhões para bovinos e R$ 6 milhões para outros animais.
E a eclosão das suspeitas já prejudicam a economia paranaense. Dois frigoríficos de Maringá, onde há uma propriedade com animal suspeito, funcionaram precariamente. Segundo Rivail Assunção da Silveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação da cidade, no Garantia, do grupo Amambai, que tem 1,1 mil trabalhadores, só foi feita a desossa da carne. O Margen, onde trabalham 300 pessoas, chegou a matar bois, mas não funcionou a plena capacidade.