Antonio Cruz/ABr |
Redação AI (07/04/06)- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira aos meios de comunicação para que “não criem alarme” em torno da propagação e dos riscos à saúde da gripe aviária.
O pedido do presidente foi feito durante o lançamento do Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e da Doença de Newcastle, na sede da Embrapa, em Brasília.
Para demonstrar que o consumo de carne de frango cozida não oferece risco à saúde, Lula, ministros e convidados participaram de uma degustação de pratos feitos à base de frango na sede da Embrapa.
O Brasil não registrou, até o momento, nenhum caso de gripe aviária, seja em aves ou em humanos.
Representantes do setor produtivo de aves na Europa dizem que a cobertura maciça pela imprensa dos casos de gripe aviária no continente têm colaborado para assustar consumidores e reduzir a demanda pelo produto.
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, com quase 40 por cento do mercado internacional, tem sofrido com a queda na demanda em países que são consumidores tradicionais.
Com a redução dos embarques, processadores de aves demitiram funcionários e deram férias coletivas. Frangos que iriam para o mercado externo acabaram sendo direcionados para o mercado local, causando queda abrupta dos preços.
Para o presidente, que não deu exemplos de possíveis incorreções na cobertura, muitas vezes as informações sobre doenças em animais não são colocadas da maneira correta.
“No Brasil tem gente que tem o hábito de dar palpite sobre coisa que não entende”, disse Lula em seu discurso, ao pedir maior rigor na divulgação sobre a gripe aviária.
O presidente lembrou a situação provocada pela cobertura dos meios de comunicação à descoberta de focos de febre aftosa no fim do ano passado e que geraram suspensão de importação de carne bovina brasileira.
“Por alguma bobagem que disseram, a Rússia parou de importar carne do Brasil. Depois ninguém veio pedir desculpa”, disse.
“Não se deve esconder a notícia, nem passar inverdades”, afirmou o presidente.
O Plano Nacional de Prevenção à Influenza Aviária, elaborado pelo Ministério da Agricultura, contém reivindicações apresentadas por criadores, frigoríficos e exportadores de frango para a eventualidade do aparecimento da doença.
O Ministério elaborou ainda o Manual de Contingência para Influenza Aviária, que relaciona medidas que o serviço oficial e os criadores deverão adotar, caso haja ocorrência da doença no país.