Da Redação 17/05/2005 – O Ministério da Agricultura deverá ter recomposta a verba de R$ 100 milhões para defesa sanitária que havia sido cortada do orçamento da pasta no contingenciamento feito pela Fazenda. A previsão é do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ao chegar à Agrishow, a maior feira agropecuária da América Latina.
A verba sanitária está garantida. Dos R$ 100 milhões que havíamos perdido, R$ 40 milhões já voltaram, ou seja, 40%, e os próximos R$ 60 milhões virão ao longo dos próximos dois meses. Isso está garantido e resolvido afirmou Rodrigues a jornalistas.
Várias pessoas no setor, além do próprio ministro, pressionaram o governo nos últimos dias pela liberação dos recursos, considerados importantes para que o país mantenha-se competitivo no setor exportador de carnes, que gerou quase US$ 5 bilhões em exportações no ano passado. O Ministério da Agricultura chegou a suspender, há 10 dias, a emissão de licenças de exportação de carne processada para os Estados Unidos, por causa de problemas no sistema de inspeção sanitária, em parte provocados pela falta de recursos.
Rodrigues disse que o ministério já foi autorizado também a contratar os 100 fiscais federais para atuar em frigoríficos exportadores, uma exigência do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para que o Brasil se mantenha como exportador de carne industrializada ao país.
Está sendo aberto mais um concurso para outros 210 fiscais federais. A questão da defesa (sanitária) está bem equacionada completou.
Rodrigues disse que conversou nesta segunda-feira com o subsecretario da Agricultura dos Estados Unidos e informou que uma nova missão de inspetores norte-americanos deverá vir ao Brasil na semana que vem, para checar se os procedimentos estão sendo adequados.
Após a investigação da missão americana no Brasil, a expectativa é de que o certificado (de exportação) seja novamente entregue aos frigoríficos disse.
Quando todos os frigoríficos tiverem sido avaliados, esperamos fazer a liberação de uma vez só acrescentou.
Além disso, Rodrigues disse ainda que não há previsão de novos recursos para a agricultura, apesar da crise, e que o setor terá de dispor apenas dos mecanismos de apoio à comercialização já conhecidos.
Não há nenhum anúncio novo para postergação de dívida, vai seguir a linha convencional afirmou.
Segundo ele, a situação em alguns setores da agricultura ainda é bastante difícil, por vários fatores, como estiagem, aumento dos custos de produção e excesso de oferta global. Os produtos mais atingidos seriam soja, milho, arroz, trigo e algodão.