Redação AI 21/10/2005 – Os frigoríficos americanos Tyson e Pilgrim”s estão preocupados com os surtos de gripe aviária que estão se espalhando pelo mundo. “Essas empresas são líderes de mercado e sabem que os riscos são reais”, disse o professor Peter Goldsmith, do Departamento de Economia da Agricultura e Consumo da Universidade de Illinois, nos EUA. O acadêmico participou do seminário “Agronegócios: uma atividade sustentável”, promovida pelo grupo Agrenco, em Viena.
Segundo Goldsmith, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) monitora casos da gripe pelo mundo e está avaliando estratégias para conter um possível surto no país.
Ele lembrou que a infecção das aves é mais propícia na Europa, que registrou seus primeiros casos da doença nesta semana, por conta do movimento das aves migratórias da Ásia. A imprensa européia tem dado forte destaque às notícias de gripe aviária, desde a descoberta dos primeiros focos.
Há uma preocupação das indústrias farmacêuticas de que países asiáticos, sobretudo a Tailândia, comecem a comercializar medicamentos genéricos e pouco eficazes de combate à gripe. Indústrias com sede na Europa, como a Roche, estão trabalhando no desenvolvimento desses medicamentos.
Goldsmith afirmou que os fazendeiros estão tomando medidas mais agressivas, assim como ocorreu com a descoberta da “vaca-louca” naquele país. As empresas americanas, caso da Tyson e Pilgrim”s, temem uma queda no consumo doméstico de frango e peru.
“As regras para sanidade são claras e precisas em relação ao controle de doenças sanitárias nos EUA”, disse Goldsmith. Em relação à febre aftosa, os EUA não registram casos desde a década de 1920 graças a intensos programas de vacinação e fiscalização realizados pelo governo junto a produtores. No caso do Brasil, que registrou foco de aftosa nas últimas semanas, Goldsmith disse que o governo brasileiro deveria intensificar os programas de controle.
Ele lembrou que os EUA estão em intensas negociações com o Japão para que o país retire as restrições à carne americana. O governo dos EUA, contudo, ainda não pretende contestar a decisão do Japão na OMC, segundo Goldsmith.