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Boas práticas na produção de suínos com relação à fabricação de rações e a importância da segurança alimentar

<p>Confira o artigo do Dr. Flavio Watanabe, Médico Veterinário da Uniquímica.</p>

Redação (14/12/06) – Com o passar dos anos a exigência dos consumidores por produtos que garantam a segurança dos ingredientes, que são utilizados diariamente em sua alimentação, vem conquistando novos adeptos em todo o mundo, principalmente nos países da comunidade européia e Ásia (por ex: Japão) que são alguns dos mercados importantes para o país, principalmente no setor de carnes e derivados.

Segundo PRESTES & LIMA (2005) as Boas Práticas de Produção na suinocultura devem atender essa necessidade e ao mesmo tempo proporcionar aos produtores a eficiência necessária ao retorno econômico. A produção de rações, a criação e o abate de suínos devem ser norteados por práticas que satisfaçam a produtividade, o bem-estar animal e a segurança alimentar, que são as premissas básicas na sociedade moderna.

Todas as práticas utilizadas durante o processo de produção de suínos devem estar adequadas visando à prevenção de doenças no plantel, preservando a saúde dos suínos, do consumidor e do meio ambiente, utilizando recursos de biossegurança, manejos adequados entre outros.

A definição descrita no Manual de Boas Práticas de Fabricação (BPF) SINDIRAÇÕES et al, (2002), sobre Segurança Alimentar é a condição necessária para garantir que os alimentos não causarão danos aos animais e, por extensão, à saúde humana e ao meio ambiente, quando se preparam e/ou são consumidos de acordo com o uso a que se destinam.

A segurança alimentar na produção de suínos abrange desde o projeto da granja, as instalações e equipamentos, de rações e do abate, que devem ser planejados visando inibir as contaminações, sejam microbianas, sejam medicamentosas, que possam permanecer na carne e atingir o consumidor dos produtos finais.

Conforme as premissas adotadas pela Comunidade Européia no Livro Branco sobre A Segurança dos Alimentos, de 12 de Janeiro de 2000, cita como necessidades a modernização das legislações, convertendo-as num quadro regular coerente e transparente, visando reforçar os sistemas de controle desde a exploração agrícola até à mesa do consumidor, potencializando a capacidade do sistema através do aconselhamento científico, de modo a garantir um elevado nível de proteção da saúde humana e de defesa do consumidor.

Na prevenção de contaminações químicas, físicas ou bacterianas que possam chegar ao consumidor, são pontos chaves no processo de produção de suínos e devem ser cuidadosamente avaliados em todos os pontos da cadeia. A maior parte dos perigos inerentes à produção de carnes é minimizada pela adoção das Boas Práticas de Produção, como complemento, a metodologia do HACCP (Hazard Analyses Critical Control Points) deve ser considerada para que se garantam os pontos mais importantes sejam totalmente controlados.

Segundo BELLAVER (2001) os programas de análise de perigos e controle de pontos críticos (HACCP) e de Boas Práticas de Produção, devem levar em conta as necessidades do mercado internacional, uma vez que essa tem sido a principal diretriz da qualidade da carne.

RASZL (2001) reforça essa necessidade de adoção desse sistema na primeira etapa da cadeia produtiva, afirmando que grande parte dos perigos relacionados à carne suína se deve à contaminação durante a produção primária uma vez que a indústria já vem adotando as Boas Práticas de Fabricação e o sistema HACCP.

Na elaboração das rações destinadas à alimentação dos suínos, devem ser lembrados alguns pontos importantes durante o processo de produção: o uso de fórmulas adequadamente balanceadas, conforme as diferentes categorias na produção; aquisição de ingredientes com qualidade e correta estocagem dos mesmos; cuidados na escolha de drogas que possam ser adicionadas às dietas com o objetivo de prevenção de doenças ou como melhorar na performance dos animais, adotando as normas da legislação vigente no país a qual a carne pode ser destinada; cuidados na propriedade para evitar a contaminação de rações medicadas com outras livres de drogas (contaminação cruzada entre dietas); cuidados na produção das rações, adotando uma seqüência lógica de produção que favoreça a limpeza dos equipamentos e o uso de balanças adequadas.

No caso de lançar mão das medicações, devem ficar atentos ao período de carência dos produtos que são administradas vias água, rações ou injetáveis, principalmente, naqueles suínos que, ao atingirem o peso precocemente, serão enviados ao abate antecipadamente.

Com relação aos resíduos de medicamentos há necessidade do uso adequado das terapias medicamentosas, o registro das medicações e o acompanhamento veterinário para melhorar os padrões de qualidade do produto final (carnes). Lembrando das listas de produtos proibidos para serem usados como promotores de crescimento pela Comunidade Européias, a partir de janeiro de 2006.

A adoção de Boas Práticas de Produção de suínos inicia-se desde o campo, com a conscientização dos produtores sobre o seu papel dentro da cadeia de produção e sobre os conceitos de segurança alimentar até o abatedouro e não esquecendo das distribuidoras, que fazem parte desta cadeia produtiva. Desta forma, a importância do uso de programas de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (Hazard Analysis and Critical Control Points HACCP) , Boas Práticas de Fabricação (BPF) e entre outros recursos que visam atender as necessidades de segurança tanto do seres humanos, como dos animais e o meio ambiente, para garantir a qualidade dos ingredientes, que serão utilizados durante a sua vida.

Flavio Watanabe, Médico Veterinário.
Universidade Uniquímica